A FRV, que integra a Jameel Energy, vai investir R$ 27 bilhões no projeto H2 Cumbuco, para produção de amônia verde para exportação no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), no Ceará. Foto: Divulgação
Região Nordeste
FRV vai investir R$ 27 bilhões para produzir Hidrogênio Verde no Ceará
Empresa espanhola vai produzir H2V e seus derivados no Complexo do Pecém; operações devem ser em 2030
A FRV, que integra a Jameel Energy, vai investir R$ 27 bilhões no projeto H2 Cumbuco, para produção de amônia verde para exportação no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), no Ceará. A amônia verde é um dos derivados do hidrogênio verde (H2V).
O projeto foi apresentado no último dia 12 ao governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT). A FRV é uma das seis empresas que já assinaram pré-contratos com o governo do estado para a produção de hidrogênio verde (H2V) e seus derivados.
O H2 Cumbuco consiste na produção de amônia verde para exportação com foco nos mercados europeu e asiático. Além do investimento de bilhões, devem ser gerados 1.500 empregos na construção e mais de 200 na operação – números correspondem às fases 1 e 2 do empreendimento. A capacidade estimada de produção é de 2GW em sua totalidade.
Na reunião, também foi assinado um memorando de entendimento entre a FRV e a Utilitas Pecém, iniciativa da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e PB Construções voltada a oferecer para as indústrias soluções sustentáveis e inovadoras em infraestrutura e saneamento básico.
O governador destacou o impacto do empreendimento para o desenvolvimento socioeconômico do estado. “O Porto do Pecém é uma área de riqueza. Nós queremos ter desenvolvimento, mas também ter os cearenses crescendo à medida que o Porto do Pecém cresce. Fico muito animado com esse projeto da FRV, que é inovador”, disse Freitas.
Além da FRV, o Ceará tem outros cinco pré-contratos assinados, com as empresas AES, Casa dos Ventos, Fortescue, Cactus e Voltalia. Até o momento, também foram assinados 37 memorandos de entendimento com empresas brasileiras e internacionais.
O diretor-geral da FRV América do Sul, Manuel Pavon, reforçou que as características locais tornaram o projeto no Pecém uma prioridade. “O Ceará tem um recurso renovável muito importante, porque o maior recurso solar e eólico do Brasil fica no Nordeste. A localização do Porto do Pecém, principalmente em relação à Europa e Estados Unidos, é também estrategicamente muito importante. Também toda essa etapa (de desenvolvimento) foi elaborada pelo Governo do Estado com o Pecém, que iniciou com muita transparência”, contou.
H2 Cumbuco
A primeira fase do projeto contempla uma capacidade de 500 MW de eletrolisadores, produzindo 400 mil toneladas de amônia por ano com um investimento de R$ 7 bilhões. Na segunda fase será acrescentada uma capacidade de 1,5 GW de eletrolisadores, aumentando a produção em 1.200.000 toneladas de amônia para atingir um total de 1.600.000 toneladas por ano. Esta fase exigirá um investimento adicional de R$ 20 bilhões.
Segundo Manuel Pavon, a construção vai começar em 2027. “Isso demoraria em torno de dois a três anos. A operação começaria mais ou menos em 2029 e 2030″, emendou. Em relação a empregos na fase de operação, estima-se 70 na fase 1, totalizando aproximadamente 150 no final da fase 2.
O presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo, se animou com o projeto. “A FRV chega para tornar nosso Hub de Hidrogênio Verde mais forte e fazer do Ceará uma referência na transição energética mundial”, concluiu.