Representantes dos órgãos que formarão a força-tarefa montada no Porto de Santos reforçaram o compromisso de provocar impacto mínimo nas operações portuáriasCrédito: Cássio Lyra/BE News
Região Sudeste
GLO: Marinha busca interferência mínima no Porto de Santos
Complexo portuário terá ações de militares na linha d’água e também nos acessos terrestres
Começou na segunda-feira (6), no Porto de Santos, a missão de Garantia de Lei e da Ordem (GLO), decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que militares terão poder de polícia nas áreas de portos e aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Com a mobilização de 535 militares, o objetivo principal é coibir o tráfico internacional de drogas e armas pelo cais santista. A Marinha informou que vai atuar em diversas frentes, tanto em linha d’água como nos acessos terrestres e reafirmou o compromisso de impactar o menos possível nas operações portuárias.
“Foi uma preocupação desde o início do planejamento da operação para que não haja nenhum impacto, ou que pelo menos esses impactos sejam mitigados, para que a performance do Porto de Santos não sofra com a GLO em curso”, comentou o capitão dos Portos de São Paulo, capitão de mar e guerra Robledo Lemos e Costa e Sá.
Segundo o capitão dos portos, a Capitania tem feito contatos com os terminais portuários, visando a operacionalidade do cais santista e suas atividades.
“Dioturnamente mantemos contato com os terminais, para que tenhamos essa harmonização e possamos desenvolver nosso trabalho, seja nas operações no canal ou nas vias de acesso”, disse.
O diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, destacou que a missão da GLO vai garantir a boa operação no porto.
“Somos absolutamente favoráveis a essa operação. Estamos integrados nesse time que foi montado, onde, inclusive, já tivemos uma primeira reunião”, destacou.
Segundo Pomini, houve uma determinação do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, de que a companhia possa disponibilizar sua infraestrutura para auxiliar a Marinha e as demais operações portuárias.
“Dois de nossos prédios já foram disponibilizados para a Marinha, que fará uso como base provisória, além de toda infraestrutura do porto e da APS está integrada nessa operação”, destacou.
Vale lembrar que a GLO ficará ativa até maio de 2024, mas poderá ser estendida.
Força-tarefa
No Porto de Santos, as ações da Marinha dentro da área da poligonal serão discutidas a partir de uma força-tarefa, incluindo órgãos de segurança e marítimos, sendo eles: Receita Federal, Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Autoridade Portuária de Santos (APS) e Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Cesportos-SP).
Em Santos, o denominado Grupo Tarefa terá o comando do contra-almirante fuzileiro naval Elson Luiz de Oliveira Góis.
“Nós temos uma estrutura montada, unidade terrestre que desempenhará atividades como controles de pontos sensíveis, presença de fuzileiros navais nos portões, fazendo a inspeção de veículos nos gates e demais acessos. Teremos patrulhamento 24 horas em pontos que forem previstos por conta da utilização da nossa inteligência. Em mar, faremos atividades relacionadas a patrulhamento e inspeção naval, que visam o funcionamento das atividades do Porto de Santos”, explicou Elson durante entrevista coletiva concedida na segunda-feira, no Cais da Marinha, no complexo portuário.
Entre os meios navais que farão parte da operação em Santos está o Navio-Patrulha Oceânica Apa (P121), que chegou ao cais no domingo (5). Além disso, haverá a presença de veículos militares e blindados de última geração.
De acordo com o comandante do Grupo Tarefa, a mobilização de militares da Marinha em Santos difere da que ocorre no Rio de Janeiro.
“A diferença que encontramos é justamente no ambiente operacional. Aqui em Santos há estruturas mais amplas, terminais em maior número. O movimento de cargas será determinante para nossas ações e isso diferencia na parte do desenvolvimento das ações terrestres e também marítimas”, explicou.
Também estiveram presentes na coletiva o vice-almirante Marco Antonio Ismael Trovão de Oliveira, comandante do 8° Distrito Naval; Daniel Coraça Jr, delegado-chefe da Polícia Federal de Santos; Sandro Pataro Myrrha de Paula e Silva, coordenador da Cesportos-São Paulo; Daniel Alves dos Santos, representante da Antaq; e Reinaldo Augusto Angelini, delegado-adjunto da Receita Federal de Santos.