Os ministros dos Transportes, Renan Filho, e de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, assinaram a ordem de serviço de dragagem para mitigar os efeitos da estiagemCrédito: Luiz Siqueira/MT
Nacional
Governo destina R$ 141 milhões para obras de dragagem na região Norte
Serviços serão realizados em rios prejudicados pela estiagem em Rondônia e no Rio Amazonas
O Governo Federal anunciou na terça-feira, dia 26, a liberação de R$ 141 milhões para as obras emergenciais de dragagem em rios prejudicados pela seca em Rondônia e no Rio Amazonas. As obras que devem ter início no próximo dia 6 vão durar 45 dias.
“As obras desses R$ 141 milhões que foram destinadas emergencialmente pelo Ministério dos Transportes, Ministério de Portos e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) vão ter início a partir do dia 6 de outubro em duas frentes. A primeira frente a partir do dia 6”, explicou o ministro dos Transportes, Renan Filho.
A ordem de serviço faz parte de uma força-tarefa assinada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, dos Transportes, Renan Filho, da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), e o diretor-geral do Dnit, Fabricio Galvão, também estiveram presentes.
De acordo com o ministro Renan Filho, serão feitos dois processos de desobstrução dos rios Solimões, Amazonas e Madeira. A primeira ordem de serviço será entre Tabatinga e Benjamin Constant, no Rio Solimões. A obra já está assinada e vai custar R$ 41 bilhões, o empreendimento já estava previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
No entanto, a dragagem do rio Madeira ainda depende da conclusão de estudos e deve ser assinada em até duas semanas. O Governo Federal vai disponibilizar R$ 100 milhões para a obra, mas o custo pode variar.
“Não são os rios inteiros que estão assoreados impedindo a navegação. Existem pontos críticos que precisam ser removidos a fim de que as embarcações possam passar e assim garantir o escoamento da produção e também a chegada de insumos, especialmente para a capital Manaus”, disse Renan Filho.
O ministro Sílvio Costa Filho afirmou que na próxima semana o Ministério de Portos e Aeroportos vai elaborar “ações integradas de modal”. Segundo ele, as medidas vão desde “a dragagem, fortalecendo as nossas hidrovias, à construção de novos aeroportos”. O ministro lembrou que no estado do Amazonas existe um déficit de 17 aeroportos.
Com o agravamento da seca no Estado, o governador Wilson Lima afirmou que o Governo Federal vai montar uma força-tarefa para ajudar o Amazonas com cestas básicas e envio de água.
O ministro Waldez Góes informou que a situação pode afetar 59 dos 62 municípios do Amazonas. “Podemos estar vivendo neste momento no Amazonas e possivelmente no Acre, que já começa uma sinalização, talvez uma das piores secas”, disse.
BR-319
O senador pelo Amazonas Omar Aziz (PSD) cobrou ações para a BR-319 que está intrafegável. No rio Madeira, por exemplo, a seca está impossibilitando a passagem de embarcações. O Alto Solimões está totalmente seco, comprometendo o abastecimento de componentes essenciais para a Zona Franca de Manaus. É fundamental que a estrada seja asfaltada, para evitar que o Estado fique isolado e sofra com a escassez de bens essenciais”, disse Aziz.
O parlamentar considerou a obstrução da obra uma “vaidade” da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e pediu que a discussão seja feita com “seriedade”.
“Precisamos pensar nas pessoas, nos seres humanos que sofrem com essa situação. Não podemos mais permitir que pessoas que não conhecem a realidade da região ou não moram lá discutam o problema que enfrentamos. É importante que estejamos unidos e reconheçamos o esforço dos amazonenses em proteger a Amazônia”, completou Aziz.