Governo deve lançar novo PAC em julho

Presidente Lula se reuniu com ministros para tratar do novo programa de desenvolvimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou ontem (15) que deverá ser lançada no início de julho a nova proposta do Governo Federal para o desenvolvimento, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 3.

Lula reuniu o seu time de ministros no Palácio do Planalto, em Brasília, logo pela manhã. O encontro teve como tema inicial a divulgação do novo programa, que foi lançado duas vezes anteriormente, em 2007 e em 2010.

“Vamos lançar um grande programa de obras, um grande programa para o desenvolvimento nacional, com obras de infraestrutura em todas as áreas”, disse Lula.

O ponto de partida do PAC 3 é uma lista com mais de 490 obras e projetos apresentados pelos 27 governadores em janeiro deste ano. Na ocasião, cada governador entregou a Lula os empreendimentos necessários para os seus respectivos estados.

O novo programa prevê um conselho de três ministros. São eles: o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; e a ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck.

O plano terá sete eixos de atuação: transportes, transição e segurança energética, infraestrutura urbana, infraestrutura social, inclusão digital e conectividade, água para todos e defesa.

Lula também cobrou ação dos ministros para realizar as promessas e reforçou que novas ideias devem ser discutidas antes com a Casa Civil.

“Nesse governo não haverá política de ministro. Esse é um governo. As políticas todas serão de governo. Por isso, o ministro não pode apresentar proposta sem discutir com a Casa Civil, sem transformá-la em política de governo. É assim que tem que ser, é assim que funciona um governo sério. Não é a política de cada ministro, é a política do governo do qual fazemos parte”, enfatizou Lula.

Na última reunião ministerial, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, recebeu críticas indiretas de Lula após anunciar o programa “Voa Brasil”, com preços de passagens aéreas a R$ 200. A expectativa é que a proposta saia do papel também no próximo mês.

“Sabem que daqui para a frente, a gente vai ser proibido de ter novas ideias. Vamos ter que cumprir aquilo que a gente já teve capacidade de propor até agora. Espero que possamos sair daqui com a certeza que o Governo já tem no papel e na cabeça tudo o que vai fazer até 31 de dezembro de 2026”, reforçou Lula.

Apenas a fala inicial do presidente foi transmitida. Estava prevista a fala de cada ministro por dez minutos. A reunião durou cerca de nove horas.

Desconto para veículos

Após o encontro, o ministro Rui Costa se reuniu com a imprensa. Na coletiva, o chefe da Casa Civil disse que não há planos de prorrogar créditos a montadoras. Ele se referiu ao crédito tributário às montadoras que estão aderindo ao programa que busca baratear carros que custam até R$ 120 mil.

“Lula fez uma brincadeira quando foi feito um relato pelo (vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo) Alckmin do sucesso absoluto. Ele fez uma brincadeira, não está no planejamento do Governo. O sucesso neste programa mostra que se dermos condições de crédito, vai haver consumo nesse país. A indústria vai produzir e o comércio varejista vai vender. Com um pequeno estímulo como este, o resultado já é muito expressivo no comércio”, explicou Rui Costa.

O ministro Fernando Haddad já afirmou que não há espaço para estender o crédito por mais tempo. A ideia é que o estímulo dure por quatro meses, mas existe a expectativa de que os recursos de R$1,5 bilhão possam acabar em um mês por conta da alta procura.