A preocupação com as exportações via Porto de Natal ficou mais evidente com o fim das operações realizadas por lá pela CMA CGM. Crédito: Divulgação/Codern
Região Nordeste
Governo do RN quer ampliar exportação de frutas via Porto de Natal em 2023
Em reunião online, Secretaria da Agricultura e empresários debateram necessidade de atração de novas companhias de navegação
Estratégias que visam ampliar a exportação de frutas pelo Porto de Natal (RN) em 2023 foram discutidas em reunião virtual realizada na quinta-feira (10) entre a Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape RN) e empresários do segmento.
A conversa foi conduzida pelo secretário Guilherme Saldanha e teve como assunto principal a necessidade de atração de novas companhias de navegação para o operar no complexo portuário natalense.
Durante o encontro online, que contou com a participação de produtores, exportadores e dirigentes de entidades ligadas à fruticultura no Estado, ficou definida a elaboração de um documento que reunirá informações completas referentes às exportações no Rio Grande do Norte para servir de ponto de partida na busca de parcerias, no apontamento dos principais gargalos e as possíveis soluções.
Os principais produtos do agronegócio potiguar renderam em receita US$ 100 milhões até setembro deste ano, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o que representa 18% do total das exportações do Estado.
Só o melão, que atualmente é o segundo produto mais exportado pelo RN, contabilizou 63 mil toneladas embarcadas para outros países no primeiro semestre de 2022.
SAÍDA
A preocupação com as exportações via Porto de Natal, administrado pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), ficou mais evidente após a empresa logística CMA CGM anunciar que não irá mais operar por lá em 2023.
Sem a rota da CMA CGM, cresce o receio de que as exportações do Estado migrem para os portos do Ceará, principalmente às que movimentam frutas, visto que metade da produção deste tipo de carga já é exportada pelo estado vizinho.
A estatal também calcula uma perda em receita de R$ 5 milhões por ano, caso não consiga atrair novos operadores.
Atualmente, as discussões do setor apontam necessidades de melhorias nas condições estruturais do porto e nos acessos, principalmente na BR-304, que cruza o Rio Grande do Norte de Leste a Oeste, liga suas duas principais cidades – Natal e Mossoró, e é o caminho utilizado no transporte de melão e outras frutas até o porto.
Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, a BR-304 é a rodovia federal com maior número de mortes em acidentes no RN. Com pista simples, há também constantes registros de congestionamentos próximos a chegada a Natal, o que impacta o tráfego de caminhões com destino ao complexo portuário.
Outro problema é a falta de defensas na Ponte Newton Navarro, impedindo as operações portuárias noturnas.