A Portos RS participou da assinatura de memorandos de entendimento com empresas interessadas no desenvolvimento de projetos de hidrogênio verde no Rio Grande do SulCrédito: Maurício Tonetto/Governo do RS
Região Sul
Governo do RS lança programa de desenvolvimento do hidrogênio verde no Estado
Estado apoiará empreendimentos e implementará políticas públicas para o desenvolvimento do setor
O Governo do Rio Grande do Sul lançou nesta semana o Programa de Desenvolvimento da Cadeia de Hidrogênio Verde no Estado (H2V-RS). Por meio do programa, o governo irá apoiar empreendimentos e propor e implementar políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia de H2V no Estado. Além disso, a Portos RS participou da assinatura de memorandos de entendimento com empresas interessadas no desenvolvimento de projetos.
Um dos principais objetivos do programa é viabilizar a produção, transmissão, armazenagem e uso do novo energético. O governo estadual também vai estimular a transição energética em direção a uma economia de baixo carbono, a geração de emprego e renda nas diferentes regiões do Rio Grande do Sul e a inovação tecnológica.
O lançamento do programa ocorreu durante o evento Expointer. Em seu discurso, o governador Eduardo Leite (PSDB) falou sobre o potencial do Estado para ingressar no mercado.
“Contratamos uma consultoria renomada, que desenvolveu um estudo técnico robusto sobre a capacidade do Estado de produzir hidrogênio verde. Identificamos a viabilidade comercial do Rio Grande do Sul e agora estamos criando este programa, que traz os instrumentos necessários, desde as linhas de crédito à governança dos portos, para viabilizar essa produção”, disse.
De acordo com a Portos RS, os portos do Rio Grande do Sul, em especial o de Rio Grande, se apresentam como aliados da logística do setor, assim como os distritos industriais que poderão sediar as empresas interessadas na obtenção do H2V através da energia eólica.
“Temos as condições naturais necessárias, estamos logisticamente bem posicionados e possuímos distritos industriais consolidados e integrados aos nossos portos. Essas variáveis nos tornam um player atrativo e competitivo no mercado. A Portos RS está atenta e investindo em infraestrutura marítima e terrestre para receber os recursos que devem mudar a realidade da nossa região”, comentou Cristiano Klinger, presidente da Portos RS.
O H2V pode ser produzido diretamente ou como matéria-prima para outros produtos, de modo a atender tanto à demanda interna como aos mercados externos. A previsão é de que os investimentos nesse mercado gerem uma alta de R$ 62 bilhões no PIB do Estado e cerca de 41 mil empregos diretos e indiretos.
Segundo a Portos RS, a produção do H2V se mostra como uma grande alternativa para o estado nos próximos anos, conforme estudo elaborado pela McKinsey. O trabalho apresentado pelo governo em fevereiro deste ano apontou para a viabilidade da obtenção e da comercialização do produto final, gerando competitividade a partir dos custos reduzidos do processo. Ao todo, são 61 projetos de categoria onshore, 21 offshore e outros para implantação dos parques nas lagoas costeiras.
Para a concretização dos objetivos, o governo utilizará instrumentos e mecanismos variados. Entre eles, linhas de crédito especial, tratamento preferencial no licenciamento ambiental, incentivos aos empreendimentos, por meio do Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (Fundopem/RS) e de outros programas, e apoio na formação de mão-de-obra qualificada para atuar nos empreendimentos relacionados ao segmento.
O programa será administrado por um conselho diretivo formado pelo Gabinete do Governador, pela Casa Civil e pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). Esses setores irão planejar a atuação do governo e acompanhar a evolução do desenvolvimento do setor.
O decreto que estabelece o Programa foi publicado na sexta-feira (1° de setembro), no Diário Oficial do Estado.
Assinatura
Durante o evento, foi celebrado um memorando de entendimentos com as empresas CPFL Energia, CMPC e Equinor interessadas no desenvolvimento de projetos de H2V. Outros memorandos já foram assinados com a Neoenergia, Enerfin, Ocean Winds, White Martins, Green EN.IT e Ventos do Atlântico Energia Eólica S.A.
Em fevereiro deste ano, o Estado divulgou os resultados dos estudos produzidos pela empresa de consultoria americana McKinsey & Company, contratada para analisar as perspectivas do mercado de H2V no Estado. Conforme essas análises, até 2040, a produção do combustível poderá reduzir as emissões de CO2 no Estado em até 8,4 milhões de toneladas, com maior impacto sobre o transporte rodoviário.