Para o ministro dos Transportes, Renan Filho, o Ferrogrão é um investimento fundamental para ajudar o Brasil a se consolidar como o maior exportador de grãos do mundo. Crédito: Divulgação/MT
Ferrovias
Governo faz novos estudos sobre viabilidade da Ferrogrão
Segundo Renan Filho, o fato de o projeto estar parado por decisão do STF não impede o Governo de fazer novas avaliações
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o Governo está fazendo estudos para verificar a viabilidade técnica da ferrovia Ferrogrão, que ligará Sinop (MT) ao porto paraense de Miritituba, fazendo escoamento do agro para a região. Diversas comunidades indígenas são contrárias à construção do modal.
Na última segunda-feira, dia 4, indígenas dos povos Munduruku, Kayapó, Panará, Xavante, do Tapajós, ribeirinhos e agricultores familiares realizaram, em Santarém, no Pará, um protesto contra a construção da Ferrogrão.
Segundo o ministro, o Governo incluiu a ferrovia no PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. Entretanto, a obra teve um retrocesso por conta de uma decisão no Supremo Tribunal Federal, que avaliou que a medida provisória editada para possibilitar a passagem da ferrovia na região era inconstitucional, já que a área é de reserva ambiental.
“Se por um lado o Supremo entendeu assim, por outro lado ele permitiu a atualização dos estudos, que é o que nós estamos fazendo agora. Assim que estivermos com estudos prontos, observar a viabilidade econômica do projeto e aí sim, o Governo tomar a decisão de qual caminho jurídico legal tomará para que a gente possa levar esse investimento adiante. O que o Governo entende é que cada obra de infraestrutura tem o seu próprio tempo”, disse.
O ministro disse ainda que a Ferrogrão é um investimento que vai ajudar ainda mais outros modais do Arco Norte, ressaltando que o trecho, que soma os portos do Norte e Nordeste, já chegou a escoar mais grãos que o de Santos (SP), o maior do país.
“Exportou pela Ferrovia Norte-Sul, que está 100% concluída, e essa obra vai ajudar ainda mais junto a outros projetos, como a hidrovia do Rio Tocantins, a hidrovia do Rio Madeira. Todas elas, além das rodovias, criam a possibilidade de o Brasil ser o maior exportador de grãos do mundo. Com a infraestrutura existente, a gente já é o maior exportador de grãos do mundo, e a Ferrogrão certamente aumentará ainda mais a competitividade internacional do Brasil”, disse ele.
Sobre o Porto de Santos, Renan acha que o complexo deve exportar mais valor agregado, mais manufatura e menos commodity. “Esse aqui é o grande segredo. Santos é o maior porto da América do Sul, é um dos maiores portos do mundo, mas ele precisa cada vez mais exportar valor agregado e menos commodity. O Arco Norte, os portos do Maranhão, do Pará, já exportaram mais grãos do que o Porto de Santos. Isso é muito relevante porque não dá para resolver os problemas de logística do Porto de Santos só criando acesso”, disse.