No projeto atual, o mesmo percurso da primeira via será utilizado, mas com a inclusão de outras cidades no trajeto (Crédito: Divulgação)
Nacional
Governo Federal autoriza reconstrução da ferrovia Bahia-Minas
Investimento na estrada de ferro, que está desativada há mais de 50 anos, será de R$ 12 bilhões
Após 57 anos, o sul da Bahia e o nordeste de Minas Gerais voltarão a ser ligados por uma ferrovia. A autorização para construção e exploração da estrada de ferro que fará a ligação entre Caravelas (BA) e Araçuaí (MG), no Vale do Jequitinhonha, foi publicada no Diário Oficial da União, no último dia 7.
Destinada ao transporte de cargas e com expectativa também para o turismo, a malha ferroviária deve reduzir os custos de transporte em até 30%. Ainda não há prazo para o início das obras, mas quando começarem, a conclusão prevista é em dois anos. O investimento será de R$ 12 bilhões.
O modal será comandado pela empresa MTC – Multimodal Caravelas por 98 anos, conforme deliberação da Agência Nacional de Transportes (ANTT).
Ao ser entregue, ela beneficiará as cidades de Teixeira de Freitas e Caravelas, na Bahia, e Araçuaí, Novo Cruzeiro, Teófilo Otoni, Carlos Chagas, Nanuque, Aimorés, Argolo, Posto da Mata, em Minas Gerais.
Com 578 quilômetros, existe a possibilidade de implementação de ramais para acesso à fábrica da Suzano Papel e Celulose, na cidade de Mucuri (BA), já que a nova ligação facilita o transporte do eucalipto produzido em Minas Gerais.
O lítio mineiro também deve ser outra carga exportada pela nova ligação, assim como produtos do sul da Bahia, como melancia e mamão, que hoje precisam do sistema rodoviário para serem exportados, o que aumenta o custo da operação.
Após a celebração do contrato de adesão entre a empresa a o Ministério de Infraestrutura, que tem prazo de 30 dias para ocorrer, devem ser iniciados os projetos de engenharia da obra e a busca pelo licenciamento ambiental.
Em 1966, a ferrovia que ligava Bahia a Minas foi desativada por não garantir mais o lucro esperado no transporte de madeira e café. Hoje, o que sobrou do sistema ferroviário serve como rota de cicloturismo.
No projeto atual, o mesmo percurso da primeira via será utilizado, mas com a inclusão de outras cidades no trajeto.