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Em Brasília, Geraldo Alckmin participou do anúncio da abertura de chamada pública destinada à seleção de planos de negócios para o desenvolvimento e implantação de biorrefinarias. Foto: Julio Cesar Silva/MDIC

Nacional

Governo vai investir R$ 6 bilhões em biorrefinarias

Atualizado em: 23 de agosto de 2024 às 9:21
Marília Sena Enviar e-mail para o Autor

Medida visa impulsionar a produção de combustível verde para aeronaves e navios

O Governo Federal vai investir R$ 6 bilhões para o desenvolvimento de biorrefinarias voltadas à produção de biocombustíveis sustentáveis, incluindo o combustível de aviação sustentável (SAF) e combustíveis para navegação. O financiamento será disponibilizado por meio de uma parceria entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o investimento de R$ 3 bilhões e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) que vai investir o montante restante.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou a importância do investimento para acelerar o desenvolvimento tecnológico do país durante o anúncio da abertura de chamada pública destinada à seleção de planos de negócios para o desenvolvimento e implantação de biorrefinarias, na quinta-feira (22), em Brasília (DF).

“O objetivo é financiar planos de negócios para o SAF. O mundo vai ter que descarbonizar, substituindo o querosene, que é um combustível fóssil, por biocombustível, onde o Brasil é um grande protagonista. Nós precisamos ganhar tempo e acelerar as rotas tecnológicas e o processo industrial”, afirmou Alckmin.

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o valor inicial de R$ 6 bilhões poderá ser ampliado conforme a demanda. Ele também ressaltou a urgência de desenvolver essas tecnologias, especialmente diante das novas exigências globais para a descarbonização. “A partir de 2027, quem não tiver energia renovável nos navios pagará uma multa, o que fará com que os produtos brasileiros percam competitividade e fiquem mais caros, se não avançarmos na descarbonização dos motores de navios. O mesmo acontecerá com os aviões, que terão que utilizar energia renovável”, explicou Mercadante.

O projeto, que se diferencia das discussões sobre energia verde em andamento no Congresso Nacional, visa fortalecer a posição do Brasil como líder no desenvolvimento de biocombustíveis para aviação e navegação. “O Brasil é o único país do planeta que possui etanol de segunda geração, que é muito mais produtivo, 30% mais eficiente, e utiliza todos os recursos da cana, oferecendo uma vantagem competitiva para o país”, destacou Mercadante.

Cada proposta de financiamento deverá apresentar um plano de negócios com necessidade de crédito superior a R$ 20 milhões, contemplando despesas relacionadas à pesquisa, desenvolvimento tecnológico, plantas piloto e demais custos para a estruturação dos projetos. Mercadante enfatizou que o BNDES já possui algumas linhas de crédito para o setor sustentável. “Temos recursos de uma taxa de juros que não chega a 4% ao ano, destinados à inovação tecnológica. Temos recursos do Fundo Clima, com taxa de 6% ao ano. Enfim, vamos oferecer as melhores linhas de financiamento para enfrentar esse desafio e permitir que o Brasil lidere essa corrida”, acrescentou.

Transição energética

O anúncio contou com a participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que destacou a importância da transição energética para o Brasil. “Todos sabemos que esse processo começou com o pilar e o alicerce da sustentabilidade, mas hoje trata-se de uma nova economia, e o Brasil, por suas potencialidades naturais, mas especialmente pelas políticas públicas implementadas, está bem posicionado”, afirmou Silveira.

O presidente da Finep, Celso Pansera, afirmou que a chamada pública incentivará a criação de novos projetos que fortaleçam a liderança brasileira na transição energética e no processo de descarbonização. “O Brasil já se destaca como o país do G20 que mais gera eletricidade a partir de fontes limpas em termos relativos. Somos também o segundo maior produtor mundial de etanol e o quarto maior de biodiesel. A expectativa é que, em alguns anos, o País se torne um dos principais protagonistas na produção de combustíveis sustentáveis para aviação e navegação”, completou.

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