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Para Fabrício Julião, é preciso que o governo tenha o compromisso de levar adiante a discussão sobre a desestatização dos portos (crédito: Reprodução/Youtube)

Porto de Santos

“Há muito o que se discutir sobre a desestatização”, diz Julião

3 de agosto de 2022 às 18:10
Bárbara Farias Enviar e-mail para o Autor

CEO do Brasil Export chamou atenção para o tema, que será amplamente debatido no Santos Export

A desestatização do Porto de Santos não pode ser feita de forma “atropelada”. Há muito o que se discutir, segundo afirmou o CEO do Brasil Export, Fabrício Julião, durante o programa ZR News, na Santa Cecília FM, 107.7, na manhã de ontem. Ele participou do quadro Brasil Export para falar sobre o fórum regional Santos Export, que acontece hoje e amanhã, no Sofitel Guarujá Jequitimar, em Guarujá (SP).  

Ao jornalista e apresentador Zerri Torquato, Julião disse que a desestatização do principal porto do País precisa ser vista com cautela, pois a proposta de gestão privada é totalmente nova no setor. Julião citou como exemplo a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), cujo leilão ocorreu em 30 de março último. 

“No caso da Codesa, houve um acompanhamento do processo, mas não houve tempo ainda para entender o andamento de uma desestatização. Eu, particularmente, defendo a desestatização (Porto de Santos), porém não dá para fazer isso ‘atropelado’. Isso precisa ser muito bem discutido. Nós precisamos ter o compromisso, seja do atual ou do novo governo, de continuar essa discussão. Não adianta ter uma mudança de governo e tudo isso que está sendo discutido ser engavetado. Quantas vezes já não passamos por isso? Tivemos um projeto importante na cidade de Santos, de revitalização da área do 1 ao 8 (armazéns do porto), que foi engavetado”, citou Julião.

O secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Mario Povia, e o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Eduardo Nery, já haviam confirmado presença, mas Julião fez questão de reforçar sobre a participação deles. Povia e Nery estarão na cerimônia de abertura do fórum, na noite de hoje, e dos painéis, no segundo e último dia do encontro, amanhã. “É muito importante essa relação do setor privado com as agências reguladoras e com o Governo Federal”, afirmou Julião.

“Ainda sobre a desestatização, vamos promover um amplo debate, escutando todas as entidades”, acrescentou. “Estaremos escutando as principais entidades do setor durante duas horas, a avaliação e a contribuição de cada entidade”, salientou. 

O programa contou ainda com a participação do presidente do Conselho do Sudeste Export, o advogado especializado em Direito Marítimo e Portuário, Marcelo Sammarco, que destacou a relevância do Santos Export nesta fase de expectativas sobre a transição da gestão estatal para a privada na Companhia Docas.

“É a vigésima edição de um evento que conquistou credibilidade e que contará com a presença do secretário Mario Povia (Portos). É mais uma oportunidade que o segmento portuário tem de dialogar com as autoridades”, salientou Sammarco.

Homenagem

Hoje, às 20 horas, será oferecido um jantar em homenagem à Sammarco Advogados, empresa especializada em Direito Marítimo e Portuário. “É um privilégio poder comemorar esta data tão importante para o escritório na 20ª edição do Santos Export, com este debate tão importante para Santos e para o Brasil”, declarou Sammarco. 

“Nós temos um escritório que é referência na cidade e que atua há 53 anos com ética e compromisso. É um jantar de 20 anos do Santos Export e nada melhor do que unir e reforçar essa parceria”, retribuiu Julião.

Vale lembrar que, ao final de cada fórum do Brasil Export, é lida uma carta do conselho regional, no caso o do Santos Export, com as reivindicações de entidades locais do setor ao poder público. 

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