Haddad amplia programa para carros populares

Verba da reoneração dos combustíveis vai entrar na base de cálculos da extensão da iniciativa

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou ontem (28) a ampliação dos recursos em R$ 1,8 bilhão para o programa que dá desconto para carros populares. Segundo ele, a medida será para carros porque para ônibus e caminhões as vendas foram abertas para pessoa jurídica (PJ) e a expectativa do Governo é que as vendas acelerem.

Segundo o ministro, a medida já foi acertada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após uma demanda do setor. “Nós vamos estender um pouquinho, alguma coisa em torno de R$ 200 milhões, para essa fase final do programa. Tem R$ 100 milhões que já estão na Medida Provisória anterior enviada ao Congresso”, explicou.

Haddad confirmou que a verba da reoneração dos combustíveis anunciada em fevereiro deste ano vai entrar na base de cálculos da extensão do programa. Haverá um aumento de R$ 0,03 no valor anteriormente anunciado de R$ 0,11. “Naquela reoneração de R$ 0,11 já tinha uma sobra de R$ 100 milhões, aos quais vão se agregar R$ 200 milhões. Então,seria um programa de R$ 1,5 bilhão; vai ser de R$ 1,8 bilhão. Para contemplar mais R$ 200 milhões, vai ter que alterar mais R$ 0,03 no valor da reoneração”, completou o ministro.

Já a reoneração do diesel está prevista para outubro. O ministro negou que a medida terá impacto no bolso do consumidor final. “Na bomba esse aumento não vai se verificar, porque já houve uma queda adicional do dólar desde que a medida foi tomada, e uma queda do preço do petróleo”, justificou Haddad.

O ministro também afirmou que uma nova Medida Provisória (MP) será enviada ao Congresso Nacional para garantir a reoneração do diesel e a verba do programa, mas não especificou a data. “Será uma nova medida provisória para acrescentar esse valor. O pessoal está trabalhando, deve sair amanhã ou depois. Está decidido, o presidente assinando ela entra em vigor imediatamente. Deve estar tramitando pela casa civil”, disse.

De acordo com o ministro, o anúncio do aditamento do programa junto com o fechamento da montadora Volkswagen no Brasil foi uma “coincidência”. Segundo ele, a decisão já estava tomada. “Já tinha uma comunicação do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio (MIDC) em função da fila de espera. Aí veio a notícia de suspensão da produção, acabou coincidindo”.