A intenção de Haddad foi apresentar a proposta ao Congresso para que não haja ruído na comunicação entre os presidentes da Câmara, do Senado, líderes partidários e ministrosCrédito: Lula Marques/Agência Brasil
Nacional
Haddad inicia a semana na corrida por arcabouço fiscal
Ministro da Fazenda tirou o dia para fazer reuniões com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, iniciou a semana na articulação a favor do texto do arcabouço fiscal. O chefe da Economia se debruçou ontem (20) sobre reuniões a favor do assunto por Brasília.
A intenção de Haddad foi apresentar a proposta ao Congresso Nacional para que não haja ruído na comunicação entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, líderes partidários e ministros.
O texto do arcabouço fiscal vai substituir o Teto de Gastos – medida que limita o crescimento das despesas do Governo Federal mediante a inflação.
A série de encontros teve início na residência oficial da Câmara dos Deputados. A proposta foi apresentada ao presidente Lira e a líderes partidários. Depois, Haddad e o secretário executivo do Ministério, Gabriel Galípolo, seguiram para a residência oficial do Senado.
Rodrigo Pacheco foi a única liderança que se manifestou após o encontro.
“Temos de promover uma ampla discussão no Congresso, no sentido de assegurar os investimentos que precisam ser feitos, nas áreas da saúde, da educação, da segurança e da infraestrutura, além dos projetos sociais, mas sem deixar de lado a sustentabilidade das contas públicas”, disse o presidente do Senado.
De acordo com o ministro Fernando Haddad, faltam “detalhes” para que o texto se torne público. Segundo ele, Lira e Pacheco “reagiram bem” à apresentação do projeto.
Haddad disse que o Governo investirá com mais intensidade em áreas sociais e de infraestrutura se a arrecadação aumentar. Para ele, o gasto público sería contido com os gatilhos nos momentos de evolução da economia.
Nenhum dos líderes teve acesso ainda ao texto, o ministro pretende apresentar o material antes da sua ida à China prevista para o final desta semana.
Na sexta-feira (17), o arcabouço fiscal foi apresentado aos ministros de Lula. Não houve sinalizações após a reunião no Palácio do Planalto.
Haddad x BNDES
A nova proposta da Fazenda já é motivo de rusgas entre Fernando Haddad e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Aloizio Mercadante.
Ontem, o banco iniciou um seminário que envolve o assunto. Durante o evento, Mercadante disse que “Haddad pode esperar lealdade, mas que não peça para deixar de dizer o que pensamos”, disse se referindo à nova proposta.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também esteve no seminário.
Segundo ele, a medida que está sendo proposta por Haddad “terá como base a curva da dívida, o superávit e o controle de gastos”.
“É uma medida inteligente e bem feita”, concluiu Alckmin.
Nos próximos dias, o Governo Federal vai tentar aprovar duas pautas essenciais para o seu plano de gestão. A Reforma Tributária – que já está sendo debatida no Grupo de Trabalho na Câmara dos Deputados, e o arcabouço fiscal.
Lula e seus ministros tentam conseguir uma base sólida no parlamento para o êxito dos textos. Perto de completar 100 dias de seu terceiro mandato, o presidente da República ainda negocia o apoio do Centrão.
ASPAS
“Temos de promover uma ampla discussão no Congresso, no sentido de assegurar os investimentos que precisam ser feitos, nas áreas da saúde, da educação, da segurança e da infraestrutura, além dos projetos sociais, mas sem deixar de lado a sustentabilidade das contas públicas”
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado