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tecnologia & inovação

Hidrogênio verde e eletrificação!

21 de março de 2023 às 10:55
Angelino Caputo Enviar e-mail para o Autor

Um dos assuntos mais presentes atualmente nas colunas que abordam novas tecnologias e ESG é a Transformação Energética, que basicamente busca formas para se produzir e consumir energia sem liberar mais carbono na já combalida atmosfera dessa terceira esfera rochosa localizada depois do sol.

Substituir combustíveis fósseis por álcool, por exemplo, já seria um grande progresso, já que esse combustível biológico e renovável não polui nada. Curiosamente observam-se vários defensores do ambiente fazendo contas na frente das bombas de combustível dos nossos postos para saber se dividindo o preço do álcool pelo da gasolina dá 0,7 ou menos, para então decidirem se é mais vantajoso financeiramente abastecer com um ou com outro combustível. Fazer o quê, né?

No entanto, parece que o apelo ecológico é maior quando se muda o pensamento para a eletrificação! Aliás, se o carro for híbrido e abastecido com álcool, a questão anterior fica mais ecológica ainda. Mas vamos focar na parte elétrica das máquinas, saindo também dos automóveis de passeio e expandindo o conceito para os caminhões, trens, navios e guindastes utilizados na nossa logística. Tudo isso pode ser eletrificado.

O  problema é que, se queremos algo elétrico e com mobilidade, a fonte da energia elétrica tem que ser portátil. Não dá para ligar nosso carro na tomada de casa e sair andando, porque ele só vai funcionar até a distância equivalente ao tamanho do fio.

Temos então, no momento, duas alternativas para isso. Ou carregamos a energia necessária em baterias, ou equipamos essas máquinas com alguma coisa que possa gerar essa energia elétrica no momento do consumo, evitando-se, é claro, liberar carbono na atmosfera para isso.

Até existem alguns carros híbridos com essa tecnologia. O motor a combustão está lá apenas para gerar a energia que carrega um banco de baterias e alimenta os motores elétricos que movimentam o carro. É uma tecnologia de transição, porque ainda não temos uma boa infraestrutura de pontos de abastecimento de energia pelas ruas. De qualquer forma, a emissão de carbono não é eliminada, porque, no final, ainda temos um pequeno motor a combustão.

Nesse sentido, ganha uma grande perspectiva o uso do hidrogênio como tecnologia portátil capaz de gerar a energia elétrica necessária no momento do consumo. Funciona mais ou menos assim. Todos sabemos que a fórmula da água é H2O, ou seja, cada molécula de água tem dois átomos de hidrogênio. O jeito mais fácil de retirar esse hidrogênio da água é por meio de eletrólise, uma reação elétrica que deixa o hidrogênio de um lado e o oxigênio de outro. 

O hidrogênio já separado fica então armazenado em tanques. E aí entra um outro componente inovador chamado célula de combustível, que faz uma espécie de operação inversa, usando esse hidrogênio para gerar energia elétrica e água. Ora, se tem energia elétrica como resultado, pode perfeitamente mover os motores elétricos, dispensando as baterias. Resumindo, a fonte da energia elétrica portátil pode ser baterias ou hidrogênio.

Na prática, temos várias outras formas de se obter hidrogênio, mas se a preocupação é não poluir com carbono. Não adianta nada produzir hidrogênio à custa da queima de carvão ou outros combustíveis fósseis. Por isso, criaram uma classificação para nos ajudar a entender os diversos tipos de hidrogênio. Aliás, hidrogênio sempre será hidrogênio.  A classificação diz respeito à forma como ele foi produzido. 

Se não queimou combustível fóssil algum por exemplo, foi produto de uma eletrólise feita com energia elétrica eólica, temos o desejado hidrogênio verde; se houve liberação de carbono na sua produção, mas o processo produtivo capturou e tratou esse carbono, no final temos o hidrogênio azul; por outro lado, se liberou carbono na atmosfera sem tratamento algum, temos o hidrogênio cinza. Nesse caso, a liberação de carbono na geração do hidrogênio é maior do que se tivéssemos usado o combustível direto alimentando um motor a combustão para a mesma máquina que foi eletrificada.

Taí: tecnologia e inovação misturadas com ESG. Vamos apoiar os projetos de geração de hidrogênio verde que estão surgindo em vários dos nossos portos.

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