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IA, o trabalho do futuro e o futuro do trabalho

Atualizado em: 18 de abril de 2023 às 11:52
Queit Elisandra Zunino Enviar e-mail para o Autor

Ontem, avaliávamos o impacto do Metaverso nas nossas vidas e, de uma hora para outra, o ChatGPT ocupou pautas e mentes, tornando-se a tecnologia que alcançou 1 milhão de usuários no mundo em apenas 5 dias. Se você já experimentou, sabe o porquê e, se ainda não experimentou, corre lá. A sensação ao usá-lo é de flertar com um episódio de Black Mirror, apesar de embrionário e de uma série de discussões éticas, inclusive sobre a sustentabilidade humana e deep fakes (falsas notícias) – a IA já ocupa um lugar que estava vazio no futuro do trabalho e no trabalho do futuro e que nem sabíamos.

A OpenAI é a criadora do ChatGPT e, com ela, veio à luz uma grande onda de IAs nos mais diversos campos de atuação e nas mais variadas aplicações, por exemplo: geração de imagens como o MidJourney, o Chinchilla e o Dall-e, conteúdo como o LaMDA e o Meena e chatbot como o Bert e o LNet, entre muitos outros.

Se olharmos no retrovisor, veremos que não estamos falando de algo novo. Vivenciamos o Watson da IBM e, através do Google e do Waze, a aplicação da IA em escala. A Gartner aponta que, desde 2016, cresceu em 270% o número de empresas que implementaram IA em seus processos. 

Estamos chegando num ponto da curva de evolução de tecnologias exponenciais, explicado pelos 6Ds de Peter Diamandis,  onde partimos para a desmonetização, a redução radical dos custos, a desmaterialização, a redução radical do tamanho e a democratização das barreiras de acesso.

Você já ouviu falar de engenheiro de prompt? Ele é o responsável por fazer as melhores perguntas para a IA. Este é um dos exemplos de novas profissões que surgem nesta onda. Relatório do Goldman Sachs aponta que 18% das atividades no mundo poderão ser impactadas em dez anos. E estudo recente da OpenAI aponta carreiras com maior exposição (risco de ser substituído) como: matemáticos, contadores, jornalistas, designers, pesquisadores, assistentes administrativos e jurídicos.

A experiência com a IA pode gerar ganhos de produtividade, otimização de recursos e automatização de atividades, além de levar à mudança do trabalho como conhecemos hoje. Mas tenha muita calma. Diferente do cenário pessimista que você pode ter formado no seu imaginário, existe um mundo de possibilidades e novas profissões que vão surgir. O risco, agora, é de ser substituído por outro humano que desenvolveu as habilidades de usar o poder da máquina (IA).

A tecnologia frequentemente avança onde as leis ainda não chegaram. E com a IA, tem havido uma grande preocupação de seu uso com ética, do aumento dos riscos à cibersegurança e da manutenção da sustentabilidade humana. Abre-se aí um novo leque de oportunidades no futuro do trabalho. Estudar as implicações sociais e éticas das tecnologias de IA é outro campo que se abre de conhecimento e evolução do trabalho do futuro.

A questão neste estágio não é o que estas ferramentas podem fazer, pois vemos todo dia o avanço exponencial da IA generativa, e sim o que nós, como sociedade, como humanos, podemos e devemos fazer conforme evoluem. A sensibilidade e o julgamento humano dificilmente poderão ser substituídos. Por outro lado, o trabalho repetitivo, administrativo, simulações de cenários futuros, estimativas e insights podem ser automatizados. Este é um processo irreversível. Então melhor do que lutar contra, é entender, se preparar e, quem sabe, usá-la como um segundo cérebro.

Durante muito tempo vivemos a robotização do humano, criamos scripts, treinamos pessoas e procuramos ter resposta para tudo. Esta é a chance de resgatar o ser humano e as relações, delegando para a IA o que é uma atividade robotizada feita pelo ser humano e repetitiva. Temos que recuperar nossa capacidade de perguntar, ser criativo e desenvolver a empatia. Minha recomendação é que dedique 30 minutos do seu dia para brincar com IA, desenvolva KPIs que acelerem a adoção destas tecnologias, fomente as people skills no seu time para que eles estejam preparados para esta jornada de evolução.

Fontes e referencias:

https://www.goldmansachs.com/insights/pages/generative-ai-could-raise-global-gdp-by-7-percent.html

https://arxiv.org/pdf/2303.10130.pdf

https://www.diamandis.com/blog/the-6ds

https://blog.runrun.it/software-de-inteligencia-artificial/

Kotler, Steven, Diamandis, Peter H. Abundância – o Futuro É Melhor do Que Você Imagina, editora HSM, 2012.

Queit Elisandra Zunino é uma profissional de TI com mais de 25 anos de experiência, atuando em tecnologia e logísca em empresas mulnacionais e nacionais, como Penske, Gefco. Atualmente, está na Cra Mulmodal. É conselheira dos conselhos Tech e Feminino do Brasil Export e voluntária do MCIO, com o propósito de incluir mulheres em tecnologia.

 

 

Profissional de TI com mais de 25 anos de experiência, Queit Elisandra Zunino atua em tecnologia e logística em empresas multinacionais e nacionais, como Penske, Gefco. Atualmente, está na Craft Multimodal. É membro dos conselhos Tech e Feminino do Brasil Export e voluntária do MCIO, com o propósito de incluir mulheres em tecnologia.

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TAGS Black Mirror ChatGPT deep fakes futuro do trabalho metaverso