Porto de Imbituba, em Santa Catarina, movimentou 7,1 milhões de toneladas no ano passado, uma alta de 3,6% (crédito: Divulgação)
Região Sul
Imbituba planeja novos leilões de áreas e quer impulsionar cabotagem
Diretor-presidente da autoridade portuária revela planos para expansão do complexo catarinense
A direção do Porto de Imbituba, no litoral catarinense, concentra esforços para leiloar três áreas operacionais, negociar a movimentação de novas cargas e atrair armadores, com o objetivo de aumentar a participação do complexo marítimo no mercado brasileiro. Em entrevista ao BE News, Fábio Riera, diretor-presidente da autoridade portuária, a SCPAR Porto de Imbituba, anunciou que, ainda neste primeiro trimestre, entregará ao Governo Federal quatro Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEAs) doados pela iniciativa privada a partir de chamamento público. Os documentos são relacionados ao leilão de três áreas (A0, A2 e A11) e à execução de um adensamento (A10.1).
O diretor-presidente calcula que, quando consolidados, esses arrendamentos materializem R$ 500 milhões em investimentos. “A equipe técnica está analisando com profundidade antes de protocolar junto ao Ministério (de Portos e Aeroportos), tendo-se em vista a complexidade da matéria. A principal dessas áreas é a operacionalização do torso do berço 2, onde é necessário realizar obras de cabeço, defensas e aprofundamento do canal de navegação”, contou Riera.
Em 2022, Imbituba registrou recorde anual de 7,1 milhões de toneladas de cargas movimentadas, aumento de 3,6% em relação ao ano anterior. Com o objetivo de dar continuidade ao crescimento, a autoridade portuária iniciará, nas próximas semanas, a obra de recuperação, reforço e ampliação do Cais 3. Outra ação planejada pelo comando do Porto é a elaboração do projeto executivo para ampliação da área de acostagem dos Cais 1 e 2, com o intuito de viabilizar a atracação simultânea de três navios.
“Essas medidas de qualificação da infraestrutura, somadas ao trabalho da comunidade portuária na atração de cargas, apontam para um cenário promissor para os próximos anos”, opinou. Nos doze últimos meses, 280 navios foram atendidos em Imbituba e o fluxo de navegação concentrou 48,3% do volume em importações, 38,5% em exportações e 13,2% em cabotagem.
Cargas
Além de modernizar a infraestrutura, outra prioridade da gestão de Riera é diversificar as cargas movimentadas. Para isso, deposita otimismo no terminal de granel líquido arrendado à Fertisanta em novembro de 2021. Com os avanços projetados pela arrendatária, o diretor-presidente prevê um uso mais racional da instalação, com a movimentação maior de tonelagem e a armazenagem de granéis líquidos. “Já temos a expectativa da movimentação de óleo vegetal”, disse.
Também está no radar da direção do porto catarinense ampliar a movimentação de contêineres. “O sul catarinense tem grande potencial de produção ceramista, de arroz ensacado que é exportado em contêineres e também da indústria de plástico”. O desenvolvimento de novos negócios, salientou Riera, também depende de comunicar ao mercado a existência de demanda de carga e de capacidade operacional para chamar atenção dos armadores.
Ainda em relação aos armadores, a direção do porto catarinense promete empenho para comprovar que tem grande potencial para operações de cabotagem. “Há serviço semanal de cabotagem no Porto de Imbituba, oferecido pela Aliança, em um cenário de crescimento que somente em 2022 registrou alta de 17,7% no número de TEUs movimentados. A ampliação também passa por uma política nacional de incentivo a esse modal de transporte”, explicou Riera. A ação mais recente do Porto neste sentido foi oferecer desconto nas operações de cabotagem na tabela tarifária que entrou em vigor no último dia 1 de novembro.