O ministro Vital do Rêgo disse que o TCU está desenvolvendo um novo projeto que visa monitorar como outras autoridades mundiais estão lidando com as mudanças climáticas (Foto: Divulgação/Grupo Brasil Export)
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Infraestrutura brasileira é vulnerável às mudanças climáticas, alerta ministro do TCU
Vital do Rêgo destaca necessidade de resiliência e critica despreparo do setor diante de tragédias climáticas frequentes
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo destacou a vulnerabilidade da infraestrutura brasileira diante das mudanças climáticas durante o fórum Brasil Export, na quinta-feira (10), em Brasília (DF).
“O setor da infraestrutura no Brasil não tem resiliência para enfrentar as mudanças climáticas, que hoje se tornaram comuns. O mundo enfrenta o aquecimento global, que provoca todas essas catástrofes”, afirmou. “Por exemplo, temos incêndios constantes aqui no Brasil ou furacões na Flórida (Estados Unidos) que ocorrem quase todos os dias. É a chamada tragédia normalizada”, completou.
O ministro pontuou que o despreparo do setor de infraestrutura, tanto do lado público quanto privado, foi evidente durante a tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul em 2024. As fortes chuvas, que ocorreram em abril deste ano, causaram danos logísticos significativos nos modais de transporte, resultando em gastos superiores a R$ 1 bilhão pelo Ministério dos Transportes para reparos e intervenções em rodovias.
Na ocasião, também houve a suspensão das atividades nas ferrovias, além do fechamento do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), e a paralisação das operações portuárias na região.
“O Governo já alocou mais de R$ 40 bilhões para reparar os danos no Rio Grande do Sul. No Brasil, só tomamos providências depois que a tragédia acontece. Já se sabia, não a intensidade exata do fluxo de água, mas que a cheia chegaria, e não nos preparamos”, disse Vital do Rêgo.
O ministro divulgou que o TCU está desenvolvendo um novo projeto que visa monitorar como outras autoridades mundiais estão lidando com as mudanças climáticas.
“Os estados, por meio de seus órgãos de controle, alimentam a plataforma informando como o seu país está atuando em três eixos abordando as intempéries climáticas: governança, políticas públicas e investimento”, explicou Vital do Rêgo. “Isso vai nos permitir avaliar a ação dos governos em relação ao clima, consolidar os dados em um panorama global, apoiar o planejamento de trabalho futuro e comunicar as informações relevantes”, finalizou.
A iniciativa será apresentada primeiro na COP 29, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que ocorrerá entre os dias 11 e 22 de novembro, no Azerbaijão.