domingo, 24 de novembro de 2024
Dolar Com.
Euro Com.
Libra Com.
Yuan Com.

As ações de integração entre a Interpol e a Polícia Federal foram debatidas em uma live promovida pela Associação dos Terminais Portuários Privados (crédito: ATP Divulgação)

Portos

Interpol e PF traçam planos contra tráfico de drogas nos portos

13 de outubro de 2022 às 16:00
Tales Silveira Enviar e-mail para o Autor

Segundo autoridades, comunicação e troca de informações entre os terminais aumentam a segurança nos portos

Os chefes da Interpol no Brasil, Rodrigo Carnevale, e do Serviço de Segurança Portuária da Polícia Federal, delegado Marcelo João da Silva, afirmaram que as entidades estão trabalhando para construir parcerias para aumentar a segurança nos portos brasileiros. As declarações das autoridades ocorreram durante live da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) sobre cooperação interagências na proteção portuária, realizada na última terça-feira. Segundo Carnevale, é necessário o fortalecimento da cooperação no sistema portuário

“Precisamos fortalecer a criação de canais seguros de comunicação, rede de confiança e ferramenta de tráfego de informações, entre todos os cooperados, para fortalecer a comunicação e aumentar a segurança nos portos”, disse.

Já Marcelo João da Silva, que também é presidente da Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos), explicou que o crime mais comum no modal marítimo está no foco de todos os órgãos. “Para que a droga chegue ao porto, em vários momentos o aparato da segurança falhou antes. O porto é a última linha de defesa em relação à questão criminal. Os números provam que cada vez é crescente a apreensão de drogas”, afirmou o delegado.

Barreira ao crime

O debate contou com a presença da mestre em Estudos Marítimos pela Escola de Guerra Naval Alice Casanova. Ela observou que o crime organizado transnacional tem utilizado os portos internacionais como “portões” de saída e entrada para o tráfico internacional de cocaína, além de armas, mercadorias falsas ou contrabandeadas, entre outros ilícitos. “A droga é escondida dentro de contêineres de maquinários, eletrônicos, commodities e em compartimentos dos navios”, comentou.

Sobre o assunto, as duas autoridades defenderam que ações integradas, ágeis e flexíveis entre setores público e privado são imprescindíveis no combate ao crime organizado. Mas pontuaram que o crime organizado tem encontrado barreiras no sistema portuário devido ao grande número de apreensões de drogas que seriam traficadas para outros países.

De acordo com o delegado da PF, o desafio de ações por parte dos setores público e privado é atuar com agilidade e flexibilidade, para responder à altura no combate às organizações criminosas, que mudam seus formatos e modos de operação constantemente. “Hoje a gente está enxergando uma nova metodologia de trabalho, incluindo a busca (de drogas) em trabalho subaquático no casco do navio”, comentou Marcelo João.

Já Carnevale ressaltou que agilidade e confiança são motivos de sucesso da cooperação na Interpol, que reúne 195 países. “Agilidade porque precisa que as informações tramitem muito rápido. A gente consegue resposta de um dia para o outro ou até no mesmo momento. A confiança entre países, por sua vez, se fortalece nos encontros que a Interpol promove. A única coisa com a qual a gente tem muito cuidado é em relação ao tráfego das informações, que ocorre em rede segura, separada e privada”, comentou.

Compartilhe:
TAGS ATP Drogas Interpol Polícia Federal portos terminais tráfico