Fala de Lula ocorreu durante sua missão internacional no continente africano na última semana (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Nacional
Israel classifica Lula como persona non grata e Brasil chama embaixador de volta
Tensão foi provocada por declaração do presidente, comparando ataques israelenses aos palestinos com o Holocausto
A recente declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparando os ataques de Israel aos palestinos com o Holocausto provocou uma tensão diplomática entre o Brasil e o país do Oriente Médio. A ponto de o governo israelense declarar que Lula seria persona non grata até que peça desculpas. Em resposta, o Brasil chamou de volta seu embaixador em Tel-Aviv.
“Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma ‘persona non grata’ em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate”, escreveu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, nas redes sociais.
No último domingo, dia 18, em entrevista a jornalistas na Etiópia, Lula disse que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus”.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, convocou uma reunião com o embaixador israelense, Daniel Zonshine, para segunda-feira, dia 19, no Rio de Janeiro. O ministro está hospedado na cidade para tratar de assuntos da reunião do G20, encontro de representantes das 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana. A reunião será realizada nestas quarta (21) e quinta-feira (22).
Mauro Vieira também chamou para consulta o embaixador brasileiro em Tel-Aviv, Frederico Meyer, que retorna ao Brasil nesta terça-feira, dia 20.
Em reunião com ministros na segunda-feira, no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF), Lula decidiu que não vai se desculpar. O gesto provocou críticas de líderes da comunidade judaica e de parlamentares da oposição.