Ex-presidente dos EUA entre 1977 e 1981 e ganhador do Nobel da Paz em 2002, Jimmy Carter teve uma trajetória marcada por desafios políticos e dedicação ao ativismo global (Foto: Reprodução)
Internacional
Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA, morre aos 100 anos
Líder entre 1977 e 1981, ele foi reconhecido por sua atuação em direitos humanos e diplomacia internacional
Jimmy Carter, o 39º presidente dos Estados Unidos, morreu no domingo (29), aos 100 anos, em sua residência na cidade de Plains, na Geórgia, onde nasceu e passou boa parte de sua vida. Sob cuidados paliativos desde fevereiro de 2023, Carter faleceu cercado por familiares, segundo comunicado da Fundação Carter. A causa da morte não foi divulgada.
Um líder que dividiu opiniões durante seu mandato entre 1977 e 1981, Carter ficou marcado tanto por sua postura firme contra ditaduras na América Latina, como as de Augusto Pinochet, no Chile, e o regime militar no Brasil, quanto por crises que desafiaram sua liderança.
Durante sua presidência, Carter enfrentou uma grave crise econômica interna, com alta inflação e desemprego, que desgastou sua popularidade. No plano internacional, o episódio mais emblemático foi a crise dos reféns no Irã, quando 52 diplomatas americanos foram mantidos em cativeiro por 444 dias, a partir de 1979. O fracasso em resolver o caso antes do fim de seu mandato contribuiu para sua derrota na tentativa de reeleição, em 1980.
Apesar desses desafios, Carter deixou um legado importante em diplomacia e direitos humanos. Ele foi o arquiteto dos Acordos de Camp David, que selaram a paz entre Israel e Egito em 1978, um feito histórico que consolidou sua reputação como mediador de conflitos.
Ativismo
Depois de deixar o cargo, Jimmy Carter se dedicou ao ativismo por meio da Fundação Carter, fundada em 1982. A organização se destacou em missões diplomáticas, monitoramento de eleições em países em desenvolvimento e ações de combate a doenças negligenciadas em regiões pobres.
A atuação pós-presidencial de Carter o transformou em um ícone da defesa dos direitos humanos e da democracia, fazendo dele o ganhador do Prêmio Nobel da Paz, em 2002. A honraria reconheceu seus “esforços incansáveis para encontrar soluções pacíficas para conflitos internacionais, promover a democracia e os direitos humanos e impulsionar o desenvolvimento econômico e social”.