Segundo a Gol, a liberação imediata de US$ 350 milhões por parte da justiça dos Estados Unidos garante que a companhia aérea continue operando normalmente durante o processo (Crédito: Divulgação)
Nacional
Justiça dos Estados Unidos autoriza Gol a fazer empréstimo de R$ 4,7 bilhões
Empresa, que solicitou recuperação judicial, já teve liberado o acesso imediato a uma parcela de R$ 1,73 bi
A justiça dos Estados Unidos autorizou a Gol Linhas Aéreas a receber a primeira parcela de um financiamento total de US$ 950 milhões (cerca de R$ 4,7 bilhões) obtido junto aos seus controladores. A decisão foi proferida na primeira audiência na segunda-feira, dia 29, referente ao processo de chapter 11 que é equivalente à recuperação judicial no Brasil.
O tribunal liberou o acesso imediato a US$ 350 milhões (R$ 1,73 bilhões) do financiamento total. De acordo com a Gol, a decisão garante que a companhia aérea continue operando normalmente durante o processo judicial.
O empréstimo é na modalidade devedor em posse (debtor in possession) e foi um compromisso feito por detentores de títulos do grupo Abra, controlador da Gol e da Avianca.
“A Gol buscará aprovação final para acessar integralmente o financiamento em audiência que será realizada nas próximas semanas. Enquanto isso, terá acesso imediato à parcela disponibilizada da nova liquidez. Com a aprovação, a Gol honrará todos os compromissos com parceiros de negócios e fornecedores de bens e serviços prestados a partir da data de início do processo em 25 de janeiro de 2024 além do pagamento de salários”, informou a companhia.
Segundo a empresa aérea, o valor da dívida está em cerca de R$ 20 bilhões. Nesta segunda-feira, a Gol informou que fechou o ano de 2023 com US$ 3,5 bilhões em ativos e US$ 8,3 bilhões em passivos. Com isso, a dívida líquida alcançou US$ 4,8 bilhões, cerca de R$ 24 bilhões.
Gol fora da B3
A Gol está fora da B3, a bolsa de valores de São Paulo. Segundo o Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3, empresas em recuperação judicial não podem integrar o grupo. As operações da companhia aérea nos índices serão “redistribuídas proporcionalmente aos demais integrantes da carteira com o pertinente ajuste nos redutores”.
“A decisão ocorre em virtude do pedido de Chapter 11 do United States pela companhia perante o Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito do Sul de Nova York, bem como das demais repercussões no mercado, conforme Fatos Relevantes divulgados em 25,26 e 29/01/2024”, informou a B3.
As ações da empresa serão excluídas após o pregão de terça-feira, dia 30. “A Gol terá seus títulos excluídos dos índices IBOV, IBRA, IBXX, ICO2, IDVR, IGCT, IGCX, ITAG, IVBX, e SMLL ao seu preço de fechamento, após o encerramento do pregão regular de 30/01/2024”, completou a bolsa brasileira.