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Leilão de petróleo da União atinge R$ 17 bilhões e bate recorde
O leilão para a venda de 37,5 milhões de barris de petróleo pertencentes à União atingiu um valor recorde de R$ 17 bilhões, superando em R$ 2 bilhões a previsão inicial. Realizado na quarta-feira (31) na sede da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, o leilão também marcou um recorde no número de empresas participantes: oito das dez habilitadas.
O volume de barris ofertados, proveniente do sistema de partilha de produção — onde a União recebe uma porcentagem do petróleo extraído pelas empresas — equivale a uma produção diária de 100 mil barris. A expectativa é que, até 2029, essa produção seja quintuplicada, alcançando 500 mil barris diários no polígono do pré-sal da Bacia de Santos.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, oficializou os resultados do leilão. Ele destacou que a exploração de petróleo na camada do pré-sal foi uma decisão política do presidente Lula, ressaltando a importância da presença de diversos investidores no leilão como um sinal de confiança na ciência, no desenvolvimento e no potencial energético brasileiro.
“O Brasil possui uma das maiores reservas de petróleo do planeta; detém fontes renováveis de energia para garantir nosso futuro, e os recursos seguirão para o Fundo Social, para educação e saúde, e deve ir para a redução da conta de energia elétrica. Se nós não produzirmos petróleo, outro país venderá para nós”, declarou.
Das dez empresas habilitadas, oito participaram do leilão na B3: CNOOC Petroleum Brasil; Galp Energia Brasil; Petrobras; PetroChina International Brasil Trading; Prio Comercializadora; Refinaria de Mataripe; Shell Trading Brasil; e TotalEnergies EP Brasil.
O leilão foi dividido em quatro lotes. Três lotes de petróleo foram extraídos do campo de Mero, com dois lotes de 12 milhões de barris cada e um lote de 11 milhões de barris. O quarto lote, do campo de Búzios, ofereceu 2,5 milhões de barris.
Todos os lotes vendidos superaram o terceiro leilão, no qual o deságio de preços em relação à cotação brent variou de US$ 5,98 a US$ 7,12. No leilão de quarta-feira, o preço mínimo estava fixado em US$ 4,40 para três lotes e US$ 4,25 para um lote. O primeiro lote foi arrematado pela Petrobras, que ofereceu um deságio de US$ 1,85 sobre a cotação do petróleo brent.
O segundo lote foi adquirido pela CNOOC Petroleum Brasil, uma empresa chinesa, que ofereceu um deságio de US$ 1,59. O terceiro lote foi vendido com um deságio de US$ 1,35 para a PetroChina. O último lote, com um deságio de US$ 1,85, foi novamente vencido pela Petrobras.
No encerramento do leilão, a presidente interina da Pré-Sal Petróleo, Tabita Loureiro, destacou que os R$ 17 bilhões obtidos representam o maior valor já pago na história pelo óleo da União. “É um resultado excelente. O preço ofertado é muito superior ao dos contratos vigentes. Trabalhamos bastante no aperfeiçoamento do edital e na dinâmica do leilão para maximizar os resultados para a sociedade brasileira e cumprimos o nosso papel”, afirmou ela.
Tabita anunciou que, no próximo ano, um novo leilão será realizado para comercializar a produção da União de 2026. “Tudo isso é apenas o começo. Os contratos de partilha vão gerar muito óleo para a sociedade brasileira. Em 2029, a produção da União nesses contratos vai superar 500 mil barris por dia. Tudo isso significa riqueza para o Brasil e aporte direto no Fundo Social”.
Lotes arrematados:
Lote 1: Após vencer disputa com as empresas CNOOC, Galp, PetroChina, Refinaria de Mataripe e TotalEnergies, a Petrobras arrematou o primeiro lote do campo de Mero, referente à produção de 12 milhões de barris de petróleo do navio-plataforma FPSO Guanabara, pelo valor de brent datado menos US$ 1,85/barril.
Lote 2: O segundo lote de Mero, também de 12 milhões de barris de petróleo, desta vez do FPSO Sepetiba, foi adquirido pela chinesa CNOOC, pelo valor de brent datado menos US$ 1,59/barril, disputado no viva-voz com a Petrobras. Também participaram da disputa a Galp, PetroChina e Refinaria de Mataripe.
Lote 3: A PetroChina adquiriu o terceiro e último lote de Mero, referente às produções previstas para os FPSOs Duque de Caxias e Pioneiro de Libra, de 11 milhões de barris, em 2025, por brent datado menos US$ 1,35/barril. A disputa foi acirrada no viva-voz entre a Petrobras e a PetroChina, com a Galp também participando da concorrência.
Lote 4: No encerramento do 4º Leilão de Petróleo da União, o lote de Búzios foi arrematado pela Petrobras ao valor de brent datado menos US$ 1,85/barril. A disputa foi acirrada no viva-voz entre a Petrobras, Prio e CNOOC, com a PetroChina e a Galp também apresentando propostas.