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Lula e Bolsonaro lideram a corrida pelo Palácio do Planalto (crédito: Agência Brasil)

Eleições 2022

Lula e Bolsonaro vão ao 2º turno. Confira suas propostas

3 de outubro de 2022 às 9:10
Leopoldo Figueiredo Enviar e-mail para o Autor

Candidato petista aparece com uma margem de 5,13 pontos percentuais à frente do atual presidente, bem menor do que apontava a maioria das pesquisas de intenção de voto

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno das eleições presidenciais, que será realizado no próximo dia 30. A expectativa é que, nesta fase do processo eleitoral, haja uma maior oportunidade dos candidatos debaterem propostas – inclusive para os setores portuário, de Transportes e Comércio Exterior -, metas e como pretendem atingi-las. Com 99,99% das urnas contabilizadas, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula obteve 48,43% dos votos (57.257.036), enquanto Bolsonaro conseguiu 43,2%, (51.071.008), uma diferença de 5,13 pontos percentuais, bem menor do que os mais de 12 pontos apontados pela maioria das pesquisas de intenção de voto nos últimos dias.

Esta será a primeira vez, na história recente do Brasil, que um presidente e um ex-presidente disputam uma eleição para a chefia do Executivo nacional. Os eleitores irão decidir entre a continuidade do Governo Bolsonaro, iniciado em 2018, ou a volta do PT ao poder – o partido comandou o País por 14 anos, período encerrado com o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). 

Os demais candidatos tiveram o seguinte desempenho nesse primeiro turno: Simone Tebet (MDB) teve 4,16% dos votos contabilizados (4.915.283); Ciro Gomes (PDT), 3,04% (3.599.193); Soraya Thronicke (União), 0,51% (600.941); Felipe D´Avila (Novo), 0,47% (559.680); Padre Kelmon (PTB), 0,07% (81.127); Léo Péricles (UP), 0,05% (53.518); Sofia Manzano (PCB), 0,04% (45.615); Vera (PSTU), 0,02% (25.623); e Constituinte Eymael (DC), 0,01% (16.603).

A confirmação do segundo turno foi comunicada pelo TSE às 21h25, quando 96,93% das urnas tinham sido apuradas. Nesse momento, o candidato petista estava com 47,85% dos votos válidos, e Bolsonaro, 43,7%. 

De acordo com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, a votação ocorreu de forma “tranquila e harmoniosa”, apesar da ocorrência de filas nos locais de votação.

Propostas

O segundo turno, com a participação de apenas dois candidatos, é o período ideal para o debate das propostas dos dois concorrentes, algo que dificilmente ocorreu durante o primeiro turno. Confira, a seguir, os projetos para os setores portuário, de Transportes, Logística e Comércio Exterior que constam dos planos de governo de Lula e Bolsonaro registrados junto ao TSE.

Os candidatos e suas propostas

Jair Bolsonaro (PL – 22)

 

  • A Infra/SA atuará em projetos estratégicos para transformação digital e modernização da infraestrutura; suporte para gestão ambiental e territorial de projetos de infraestrutura; prestação de consultoria sobre infraestrutura para a União, estados e municípios; e gestão do Documento Eletrônico de Transporte. Com a medida, a previsão é de que sejam economizados R$ 90 milhões em custos operacionais por ano.
  • No Eixo da Infraestrutura Logística, o Plano de Governo 2023-2026 do governo do presidente Jair Bolsonaro tem como propósito central fomentar o desenvolvimento da infraestrutura, com foco no ganho de competitividade e na melhoria da qualidade de vida, assegurando a sustentabilidade ambiental e propiciando a integração nacional e internacional.
  • O futuro governo deverá implantar infraestrutura em complemento às inúmeras obras já realizadas e concluídas no governo atual, a fim de diminuir, por exemplo, o chamado “Custo Brasil”. A integração de portos, aeroportos, estradas rodoviárias vicinais, ferrovias e hidrovias, de maneira estratégica e coerente com a produção projetada para os próximos anos, escoamento e necessidades de importação e exportação que agreguem valor e diminuam custos, é fundamental constar no Plano de Governo e deve ser perseguida pelo governo Bolsonaro.
  • Com a reeleição, implementar o marco legal das hidrovias – Projeto “BR dos Rios” – vem no sentido de aproveitar esse potencial, de forma integrada, otimizada e interconectada a outros modais por meio de portos especializados, ferrovias e estradas para escoamento, consumando um coerente sistema de transporte de pessoas e cargas que seja eficiente, barato e moderno. A orientação nesse setor é desenvolver soluções de curto, médio e longo prazos que possibilitem o aumento da participação da navegação de cabotagem e do uso das hidrovias na matriz de transporte nacional.
  • O governo Bolsonaro tem trabalhado na estruturação de concessões de manutenção pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), parcerias público-privadas (PPP) de aviação regional e concessões de hidrovias, contribuindo para o equilíbrio das matrizes de transporte, aumentando a competitividade, reduzindo os preços e melhorando a qualidade dos serviços. Vale a pena citar, nesses processos, além das demais desestatizações de portos, o caso da concessão do porto de Santos, que trará maior competitividade, segurança e soluções com benefícios para a população local.

 

Luiz Inácio Lula da Silva (PT – 13)

  • É preciso garantir a modernização e a ampliação da infraestrutura de logística de transporte, social e urbana, com um vigoroso programa de investimentos públicos. Vamos assegurar a imediata retomada do investimento em infraestrutura, fundamental para a volta do crescimento e decisivo para reduzir os custos de produção.
  • O investimento privado também será parte importante da reconstrução do Brasil e será estimulado por meio de créditos, concessões, parcerias e garantias.
  • Proporemos uma reforma tributária solidária, justa e sustentável, que simplifique tributos e em que os pobres paguem menos e os ricos paguem mais. Essa reforma será construída na perspectiva do desenvolvimento, “simplificando” e reduzindo a tributação do consumo, corrigindo a injustiça tributária ao garantir a progressividade tributária, preservando o financiamento do Estado de bem estar social, restaurando o equilíbrio federativo, contemplando a transição para uma economia ecologicamente sustentável e aperfeiçoando a tributação sobre o comércio internacional, desonerando, progressivamente, produtos com maior valor agregado e tecnologia embarcada.
  • Elevar a competitividade brasileira será uma prioridade do novo governo, que construirá medidas efetivas de desburocratização, de redução do custo do capital, de ampliação dos acordos comerciais internacionais relevantes ao desenvolvimento brasileiro, de avanço na digitalização, de investimentos na inovação, pesquisa científica e tecnológica, defesa do meio ambiente e aproveitamento industrial e comercial de nossos diferenciais competitivos como, por exemplo, a biodiversidade da Amazônia.
  • Trabalhar pela construção de uma nova ordem global comprometida com o multilateralismo, o respeito à soberania das nações, a paz, a inclusão social e a sustentabilidade ambiental, que contemple as necessidades e os interesses dos países em desenvolvimento, com novas diretrizes para o comércio exterior, a integração comercial e as parcerias internacionais.
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