O presidente Lula promoveu na Granja do Torto uma churrascada para alguns de seus ministros e os representantes do setor de fruticultura, que acharam o encontro positivo (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Nacional
Lula e fruticultores discutem expansão de exportações
De acordo com as entidades do setor, a reunião foi positiva e estabeleceu laços
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na quinta-feira, 21, representantes do setor da fruticultura na residência oficial da Granja do Torto, em Brasília. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro também esteve presente no encontro. Entre as pautas da reunião, foram debatidas formas de expandir a exportação das frutas brasileiras.
Foi promovido um churrasco pelo presidente Lula na casa de veraneio da presidência. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, o encontro foi produtivo. Segundo ele, foram apresentados ao presidente números de crescimento do setor.
“As exportações de frutas de 2023 comparadas a 2022 subiram 27%. Isso é um número forte, robusto, e as demandas são cada vez mais para abrir mercados, e o ministro Fávaro está viajando muito em companhia nossa para que a gente possa abrir mercado”, afirmou Coelho.
Outras demandas que foram apresentadas para o presidente Lula e para o ministro Fávaro são os problemas com a mosca das frutas e a falta de mão de obra no setor. “Temos algumas coisas que são um problema enorme fitossanitário […] são as moscas das frutas que nos atrapalham muito e nós precisamos de uma ação enérgica do governo para que isso aconteça”, apontou.
“Nós precisamos do crédito [financeiro] […] e nós temos um problema muito grande chamado mão de obra, nós hoje no nordeste deixamos de crescer nossa fruticultura porque não temos mão de obra”, concluiu Guilherme.
O encontro com o setor foi um pedido de Lula ao ministro Carlos Fávaro em tentativa de aproximação com os produtores. De acordo com o ministro, outros setores também serão recebidos por Lula. O presidente da Abrafrutas destacou que os representantes foram bem recebidos pelo titular do Planalto.
“O presidente nos recebeu bem, interagiu, perguntou e conversou. Isso é importante. Eu creio que hoje foi um atestado de que ele quer ouvir todos os setores […] e quem está organizando é o ministro Fávaro e isso é muito importante para nós da fruticultura pra gente cada vez poder exportar mais para o mundo inteiro”, disse.
Viagem à China
Os representantes também se reuniram com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Segundo eles, há uma viagem marcada para junho para a China para abrir o mercado de exportação da uva. “A China tem uva, mas a China não produz o ano todo. Quem produz é o Vale do São Francisco [região entre Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas] e nós vamos poder entrar no que a gente chama de janela”.
“Essa força que nós estamos recebendo do governo através do Ministério da Agricultura e de Relações Exteriores é importante […] Então essa fruticultura tem uma agenda positiva para o Governo, nós temos todos os certificados internacionais, o certificado social ambiental e manipulação do alimento que o mundo exige”, afirmou.
O diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, disse que o mercado da exportação de sucos também foi tratado com o presidente Lula. “Esse é um momento muito importante porque no dia a dia a gente já tem uma relação extremamente bem estabelecida com o Ministério da Agricultura e com o ministro Fávaro. Agora você ter a chancela de um da República para endereçar essas políticas públicas coloca a interlocução entre setores num nível completamente diferente”, afirmou.
Paulo Pratinha, diretor superintendente da Sucos BR, fez um balanço do encontro e classificou como positivo. “O Brasil tem uma capacidade muito grande de produzir frutas para processar frutas em vazar e distribuir essa fruta na forma de suco do mercado brasileiro, mas sofre uma carga tributária de mais de 38% nesse momento. Então endereçar essa necessidade de um ajuste da carga tributária, foi o grande objetivo e foi ouvido porque isso já fazia parte de toda essa construção de caminho que nós fizemos com as outras entidades do Governo”, finalizou.