O chefe do Executivo apontou que os membros da cúpula do G20 são responsáveis por 80% das emissões mundiais de gases de efeito estufa. “Sem assumir suas responsabilidades históricas, as nações ricas não terão credibilidade para exigir dos demais", disse. Foto: Ricardo Stuckert
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Lula quer que países ricos aumentem metas de transição
Presidente ressaltou que países desenvolvidos são responsáveis por 80% das emissões mundiais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou que os países desenvolvidos aumentem suas metas de transição energética e descarbonização. O chefe do Executivo apontou que os membros da cúpula do G20 são responsáveis por 80% das emissões mundiais de gases de efeito estufa. “Sem assumir suas responsabilidades históricas, as nações ricas não terão credibilidade para exigir dos demais”, disse nesta terça-feira (19), durante a 3ª Reunião de Líderes do G20, no Rio de Janeiro.
“Mesmo que não caminhemos na mesma velocidade, todos podem dar um passo a mais. Aos membros desenvolvidos do G20, proponho que antecipem suas metas de neutralidade climática de 2050 para 2040 ou até 2045″, ressaltou.
Entre as propostas do governo brasileiro está a elaboração de um Conselho de Mudança Climática das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de melhorar a articulação mundial e implementar medidas relacionadas à mitigação dos prejuízos atrelados aos fenômenos climáticos e ao aquecimento global.
“Aos países em desenvolvimento, faço um chamado para que suas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) cubram toda a economia e todos os gases de efeito estufa. É essencial que considerem aumentar as metas absolutas para redução de emissões”, completou.
O objetivo da NDC é alinhar os países aos termos do Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.
Lula apontou como o país tem se preocupado em ser ativo no desenvolvimento voltado para uma economia sustentável e na transição energética. Recentemente, durante a conferência climática da ONU, COP 29, em Baku (Azerbaijão), o Governo atualizou sua NDC e se comprometeu a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 59% a 67% até 2035, em comparação com os níveis de 2005.
“Somos campeões em biocombustíveis, avançamos na geração eólica e solar e em hidrogênio verde. A maior parte da redução das nossas emissões virá da queda no desmatamento. O desmatamento será erradicado até 2030″, finalizou Lula.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que a transição energética representa uma oportunidade não apenas para o desenvolvimento de novas indústrias, mas também para equilibrar os países que, apesar de terem avançado menos na industrialização, possuem recursos sustentáveis a serem explorados.
“Nós sabemos que as emissões não ficam na fronteira dos países. Nós vivemos num único ecossistema e o Brasil contribui muito na crise climática e, portanto, temos que defender que haja uma equalização econômica”, disse Silveira.