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Maioria das transportadoras de cargas tem vagas para motoristas, aponta pesquisa da CNT

8 de abril de 2022 às 11:20
Bárbara Farias Enviar e-mail para o Autor

Segundo levantamento da Confederação Nacional do Transporte, dificuldade de contratação se deve, principalmente, à falta de experiência dos profissionais (46,1%) e de treinamento (31,5%)

De cada três transportadoras rodoviárias de cargas, duas têm vagas abertas para motoristas. Mas essas e outras oportunidades de trabalho não são preenchidas facilmente devido à falta de experiência (46,1%), de treinamento direcionado ao setor (31,5%) ou de qualificação (30,8%). Esses dados constam da Pesquisa CNT Perfil Empresarial – Transporte Rodoviário de Cargas, divulgada ontem (7) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Segundo a CNT, a pesquisa é a primeira de uma série que vai caracterizar, em particular, as empresas que atuam no setor de transporte. O levantamento foi realizado entre 8 de setembro e 8 de outubro de 2021 junto às companhias do setor, de todos os portes, que participaram voluntariamente.

“Além disso, a partir dos resultados aqui expostos, os empresários poderão comparar o estágio em que suas organizações se situam em suas áreas de atuação, para que possam tomar decisões ajustadas a seus negócios e, assim, fomentar suas forças e potencialidades. Trata-se, então, de uma oportunidade de, a partir da análise dos dados, aprimorar a própria performance e se posicionar frente ao mercado de modo ainda mais estratégico”, afirmou o presidente da CNT, Vander Costa.

O levantamento aponta também que a maioria das transportadoras rodoviárias de cargas é formada por empresas com mais de 20 anos de estrada. Elas respondem por 59,3% das companhias. Entre as firmas com larga experiência no setor, 64% operam carga lotação e 49,2%, fracionada.

O estudo da CNT ainda aponta que 79,3% dessas companhias têm gestão familiar. Quanto ao porte, destacam-se as grandes (44,2%) e pequenas (27,4%) empresas. E a maior parte delas não atua em nenhuma outra modalidade de transporte (88,6%) e opera em apenas uma área de abrangência geográfica (78,2%).

As matrizes das empresas localizam-se, em sua maioria, nas regiões Sudeste e Sul, destacando-se os estados de Minas Gerais (17,5%), São Paulo (14,4%), Santa Catarina (12,9%) e Paraná (11%). A maior parte (68,5%) delas possui filiais. E grande parte das transportadoras (75,2%) é associada a algum sindicato patronal, sendo esse percentual tanto maior quanto maior for o porte da empresa.

Quanto ao perfil da frota, o levantamento aponta que as empresas têm, em média, 78,7 caminhões e 74,1 caminhões-tratores em operação, com uma idade média, respectivamente, de 5,6 e 5 anos. Verifica-se que, quanto maior o porte da empresa, maior o número de veículos e implementos de carga e menor a idade média. Quanto ao abastecimento da frota, 55% das empresas possuem locais próprios e 53,9% delas utilizam oficinas próprias para a manutenção dos veículos.

A pesquisa aponta que as empresas têm, em média, 78,7 caminhões e 74,1 caminhões-tratores em operação, com idade média, respectivamente, de 5,6 e 5 anos (Divulgação)

A maior parte das viagens (89,2%) é realizada com a ocupação completa da capacidade dos veículos.

O tempo médio para a entrega das cargas é de 59,7 horas e o tempo médio dispendido nas operações de carga e descarga dos veículos é de 5,2 horas.

Quanto à segurança, a pesquisa aponta um alto índice de roubos. Entre as empresas entrevistadas, 62,5% informaram que seus veículos já foram alvo de roubo de cargas.

Em relação ao seguro, 74,8% das empresas contrataram para toda a sua frota, 11,6% somente para parte da frota e 12,9% disseram não contratar seguro. E os softwares de rastreio são utilizados nos veículos em 91,6% das empresas, enquanto as cargas são rastreadas em 35,3% delas. Os softwares de roteirização são utilizados por 39,7% das empresas.

Entre as transportadoras consultadas, 59,6% das empresas implementam algum tipo de ação ambiental em suas operações, destacando-se o monitoramento do uso de combustível (39%).

Em relação ao frete, a maior parte dos empresários (81,6%) utiliza ferramentas de precificação. Em metade das empresas (50%), adota-se uma periodicidade variável para o reajuste desse preço, enquanto em 27,4% delas, tal periodicidade é anual. Foram citados como custos operacionais de maior impacto nos gastos das empresas, o combustível (81,5% dos entrevistados), a mão de obra (11,2%) e a manutenção dos veículos (3%).

A pesquisa também ouviu a opinião dos entrevistados. Entre os empresários consultados, 44,2% são favoráveis à Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), 26,5% se dizem indiferentes e 25,4% são contrários. Já 87,5% dos empresários têm opinião contrária à atual política de precificação do diesel pela Petrobras, outros 9,9% são favoráveis ou indiferentes em relação a essa matéria.

Quanto à avaliação dos serviços prestados por órgãos públicos, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi o único órgão com uma avaliação predominantemente positiva (60,6%).

As maiores dificuldades enfrentadas pelas empresas são o preço do diesel (82,3%), a carga tributária (56,5%), a dificuldade de reajustar o valor do frete (40,1%) e a burocracia para a operação do serviço (28%).

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