Márcio França e Tarcísio discutem desestatização do Porto de Santos

Ministro e governador de São Paulo estiveram juntos em Brasília

O ministro de Portos e Aeroportos Márcio França recebeu ontem (8), em Brasília, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos). O tema principal do encontro foi a desestatização do Porto de Santos. Esta foi a primeira reunião de ambos em 2023.

França recepcionou Tarcísio na sede do Ministério durante a manhã. O próprio ministro publicou uma foto ao lado do governador e fez o registro em seu perfil nas redes sociais. “Recebi na manhã desta quarta-feira (8), o Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Com diálogo, vamos conquistar importantes avanços. União e Reconstrução!”, escreveu na publicação.

Enquanto ministro da Infraestrutura no governo Jair Bolsonaro, Tarcísio deu início aos estudos e análises sobre a privatização do terminal santista.

Mesmo na nova função como governador, Tarcísio segue fazendo tour apresentando propostas e demais projetos para convencer o governo Lula da importância da desestatização, com a previsão de grandes investimentos e geração de muitos empregos.

Em duas ocasiões diferentes, o governador de São Paulo esteve reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nos dois encontros, a privatização do cais santista esteve entre os tópicos principais, e Lula se mostrou favorável à ideia. Tarcísio já afirmou em entrevistas recentes que vê sua relação com o presidente como se fossem “sócios”, e que o diálogo precisa se manter aberto em prol de São Paulo.

Márcio França já se posicionou de forma contrária a desestatização, mas já declarou que é a favor da concessão de alguns serviços dentro das operações do porto.

Eleito duas vezes prefeito de São Vicente e eleito deputado federal também para dois mandatos, Márcio França tem uma ligação direta com a região da Baixada Santista e ele crê que isso será importante para o desenvolvimento do cais e dos municípios litorâneos.

Projeto

Dos investimentos previstos com a desestatização, cerca de R$ 14 bilhões seriam aplicados em manutenções durante os 35 anos da concessão. A privatização viabilizaria a ligação seca entre Santos e Guarujá. No projeto defendido pelo Governo Bolsonaro, essa via seria um túnel imerso que ligaria os dois municípios do litoral paulista.

Outros projetos incluídos no processo de desestatização são os do túnel que ligaria a Zona Leste à Zona Noroeste de Santos, o viaduto da Alemoa na entrada da cidade, além de aperfeiçoamentos como modernização portuária e novos acessos rodoviários. O modelo apresentado sofreu diversas alterações ao longo de 2022 e, por essa razão, não houve tempo suficiente para análise do Tribunal de Contas da União (TCU) e, consequentemente, o lançamento da licitação até o final de dezembro.