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Segundo uma avaliação recente da Marinha, o porta-aviões São Paulo estava com três buracos no casco, capazes de provocar um afundamento espontâneo (Crédito: Divulgação/Marinha do Brasil)

Nacional

Mesmo com protestos de ambientalistas, Marinha afunda porta-aviões com material tóxico

Atualizado em: 4 de fevereiro de 2023 às 7:59
Vanessa Campos Enviar e-mail para o Autor

Navio aeródromo São Paulo estava impedido de atracar em portos do Brasil e do exterior

Em meio a muita polêmica, a Marinha do Brasil afundou no final da tarde de sexta-feira (3) o porta-aviões São Paulo. A embarcação, já desativada, estava há meses vagando no mar, impedida de atracar em portos brasileiros e do exterior por conter substância tóxica em seu casco.

A força naval realizou a operação após o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) ter indeferido o pedido do Ministério Público Federal para que o navio aeródromo não fosse afundado. O órgão teme a possibilidade de risco ambiental.

De acordo com a nota emitida pela Marinha, o procedimento foi “planejado e controlado”. O afundamento aconteceu a cerca de 350 km da costa, em uma área de “profundidade aproximada de 5.000 metros”.

A Marinha já havia anunciado a decisão de afundar o porta-aviões na quarta-feira (1), em conjunto com o Ministério da Defesa e a Advocacia-Geral da União. Segundo a armada, o naufrágio era inevitável. Uma inspeção recente havia apontado três buracos no casco, suficientes para provocar um afundamento espontâneo.

Ambientalistas e a própria ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticaram a medida. No pedido que fez na Justiça para impedir o afundamento, o MPF se baseou em uma avaliação do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), de que o afundamento do navio poderia provocar danos severos ao meio ambiente.

Conforme o órgão jurídico, a embarcação possui 9,6 toneladas de amianto, substância tóxica e cancerígena, proibida no Brasil desde 2017, além de 644 toneladas de tintas “e outros materiais perigosos”.

 

Sobre o porta-aviões

Antes de ser aposentado, o porta-aviões São Paulo foi comprado por uma empresa turca, a Sök, pelo valor de R$ 10 milhões de reais. Próximo ao Mar Mediterrâneo, após sair do Rio de Janeiro, a embarcação teve a concessão revogada pelo governo da Turquia, que impediu a atracação. Com isso, retornou para o Brasil. 

Em novembro de 2022, no entanto, a Justiça Federal proibiu a atracação do navio aeródromo em Porto de Suape (PE). O governo de Pernambuco, que havia entrado com a ação para impedir a entrada da embarcação, alegou riscos para o meio ambiente e segurança portuária. Foi então que a Marinha decidiu levar o porta-aviões para longe da costa brasileira e o desativou.

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