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O advogado, diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo e Conselheiro do Brasil Export, foi nomeado há algumas semanas como Secretário de Assuntos Portuários e Emprego da Prefeitura de Santos.

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“Meu hobby é trabalhar”

27 de abril de 2024 às 7:11
Ivani Cardoso Enviar e-mail para o Autor
O advogado, diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo e Conselheiro do Brasil Export, foi nomeado há algumas semanas como Secretário de Assuntos Portuários e Emprego da Prefeitura de Santos.

O advogado, diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo e Conselheiro do Brasil Export, foi nomeado há algumas semanas como Secretário de Assuntos Portuários e Emprego da Prefeitura de Santos.

Aos 14 anos, Elias Francisco da Silva Júnior começou a trabalhar na indústria gráfica de seus pais Elias e Alzira, em Santos (SP), mas sem os privilégios de filho dos donos. Primeiro atuou como empacotador e passou por vários departamentos até chegar aos setores financeiro e comercial. Depois de formado em Direito pela Universidade Católica de Santos, montou escritório e continuou ainda um ano ajudando na gráfica.

O advogado, diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo e Conselheiro do Brasil Export, foi nomeado há algumas semanas como Secretário de Assuntos Portuários e Emprego da Prefeitura de Santos. Entre os muitos desafios, ele diz que a principal missão é manter e ampliar o projeto para impulsionar a atividade industrial no município, inclusive com a implantação de uma Zona de Processamento de Exportações conectando a indústria com o porto, o grande sonho do prefeito Rogério Santos para a Cidade.

Viabilizar a ZPE é meta para todos, ele acredita: “A Autoridade Portuária encomendou estudos à Infra SA, vamos acelerar e assim que recebermos vamos aperfeiçoar. Santos não tem que concorrer com a indústria de base de Cubatão, já vocacionada para esse polo industrial. Nossa ideia é trazer a indústria de transformação. Quero estreitar a relação do porto com a cidade por meio de políticas focadas na promoção do crescimento econômico aliado à inclusão social e à sustentabilidade”.

Pós-graduado em Direito do Trabalho Portuário e Marítimo na Universidade Santa Cecília, há 10 anos está envolvido no setor portuário e conhece bem a realidade local. Quando adolescente, fundou o movimento de liderança jovem empresarial, coordenou o Núcleo Jovem da Associação Comercial de Santos, da Federação das Associações Comerciais de São Paulo, e representou o no Conselho da Confederação Nacional dos Jovens Empresários. Entre 2016 e 2020 presidiu o Camps Santos, onde segue até hoje como diretor voluntário.

A escolha do direito veio pela vontade em ajudar as pessoas a solucionar problemas, missão que o acompanha desde a juventude. “Despertei muito cedo para buscar o interesse coletivo. Fui presidente do Interact e do Rotaract, representante distrital do Rotaract, um dos fundadores e presidente do Rotary Clube de Santos José Bonifácio, que era sediado no Centro Histórico de Santos. O Direito foi uma continuação desse trabalho, ele serve para todas as áreas, ajuda a viver melhor em sociedade e ter maior compreensão e solidariedade”.

Seu primeiro trabalho na área portuária foi assumir a parte regulatória, contenciosa e depois a diretoria jurídica do terminal T-Grão. Paralelamente atuou em várias indústrias e essa experiência traz todo entusiasmo: “Agora é a hora de juntar o conhecimento e trabalhar para equilibrar o interesse público e o econômico. Não existe o desenvolvimento social sem o econômico, só geramos emprego com a economia em alta na cidade”.

Para ele, a vocação portuária de Santos é o caminho: “É o porto que impulsiona comércio e serviços. Precisamos trazer para dentro do porto a indústria de transformação que traz bons empregos para a cidade e a região. Vivemos um movimento muito positivo que é a Reforma Tributária, investir na indústria nacional para não depender tanto da internacional, como ficou provado durante a pandemia. Temos o maior porto do hemisfério sul e a agenda nacional deve estar conectada com o porto, trazendo bons empregos para a cidade”.

Outro ponto de otimismo é o Parque Valongo: “É o principal equipamento para revitalizar o Centro, alinhado a outras iniciativas projetadas pelo prefeito para trazer projetos de habitação, gerar renda e fomentar empregos. Nossa secretaria é transversal, precisa dialogar com todas as outras e mostrar para a comunidade os benefícios que a atividade portuária traz. A cidade tem outros desafios, mas 30 % da balança comercial passa por aqui, a vocação do Brasil está vinculada ao setor de agronegócios que também depende do porto”.

Criar empregos também é prioridade na sua gestão e, para isso, conta com o apoio da tecnologia: “Queremos mapear os nossos equipamentos que se comunicam com o Centro Público de Emprego. Sabemos que há oportunidades de trabalho em nossa região em todas as áreas, mas precisamos qualificar as pessoas para preencher essas vagas. Vamos anunciar um plano cruzando esses dados, entender quem é o público que está procurando emprego, qual a qualificação que o mercado exige e conectar as pontas”.

Ambiente para isso, não falta: “Temos boas universidades, excelentes escolas técnicas, mas precisamos usar a tecnologia para fazer essa ponte com o público que precisa de emprego. Já participei de reunião com o Ministério do Trabalho porque preciso dos dados da cidade, linhas de contratação e demissão. Tenho agenda com o Senai onde fui conselheiro por cinco anos, para usar a inteligência que eles têm. A minha função é justamente essa, impulsionar novos projetos”.

Sobre o desenvolvimento de outros portos, ele comenta: “A competitividade é muito importante no setor econômico. Os terminais de Santos têm investido muito em equipamentos, vejo uma preocupação da Autoridade Portuária em ampliar áreas para exploração portuária e retroportuária e do município em redesenhar suas áreas e contribuir para o desenvolvimento, afinal isso reflete na arrecadação. Outros portos também estão fazendo o papel de ampliar suas operações, mas Santos ainda é a melhor rota internacional”.

Participando do Brasil Export desde o início, ele só tem elogios: “É um orgulho acompanhar o Fabrício Julião e constatar como ele conseguiu projetar o setor nacionalmente e também no Exterior, unindo todas as áreas”.

Elias é apaixonado pelo que faz e não tem muito tempo para outras atividades. Aliás, diz que seu hobby mesmo é trabalhar: “Acredito que a inspiração veio do meu pai, um homem simples e vencedor, ele sempre foi uma referência na minha vida. Com ele aprendi que não existe outra forma de realizar os sonhos que não seja pelo trabalho. Tenho também um carinho especial pelo Camps, quando fui presidente em 2016 entendi a importância de se dedicar um pouco do nosso tempo para quem precisa. Revolucionamos a visão que o mercado tinha da instituição centenária e entregamos o melhor para os jovens. Esse projeto também é minha prioridade”.

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