De acordo com Carlos Borel, a CBPM investe em infraestrutura e novos projetos para explorar recursos essenciais à transição energética e ao mercado global de tecnologia. Foto: Divulgação/Grupo Brasil Export
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Minerais estratégicos colocam Bahia no mapa da transição energética, diz CBPM
Presidente da companhia destaca potencial de níquel e grafite, entre outros, para tecnologias verdes, com novos planos de escoamento via hidrovias e ferrovias
O presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Carlos Borel, apresentou os planos da companhia para intensificar as pesquisas em minerais estratégicos e críticos, fundamentais para a transição energética e para uma economia de baixo carbono. Borel destacou a infraestrutura logística como um elemento central para o desenvolvimento da Bahia.
“Níquel, cobre, cobalto, ferro, titânio, vanádio, fosfato, grafite e terras raras são minerais críticos e estratégicos, essenciais para a transição para uma economia de baixo carbono. Nosso foco está na província mineral do norte da Bahia, uma área de 200 km de extensão rica nesses minerais”, afirmou nesta sexta-feira (27), durante o Fórum Regional Bahia Export, em Salvador.
“Fizemos um acordo de cooperação técnica com a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) para planejar o escoamento dessa produção, possivelmente utilizando a hidrovia do Rio São Francisco. Mas também será necessário o escoamento via Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), e é por isso que a infraestrutura e a logística são tão importantes para a mineração”, completou.
Borel mencionou recentes descobertas feitas pela instituição que colocam o estado em uma posição de destaque: ouro em Brumado, grafite em Piatã, fosfato em Irecê e terras raras em Jequié. “Esses quatro são considerados minerais críticos e estratégicos por diversas nações, e o Brasil possui todos eles”.
As novidades podem impulsionar a economia frente às oportunidades da transição energética, uma vez que esses minerais são fundamentais para baterias de celulares, fertilizantes agrícolas, carros elétricos e outros.
“Hoje, o Brasil depende da importação de 78% do fosfato e 90% do potássio que usamos na agricultura. Aqui na Bahia, temos áreas promissoras de fosfato, e estamos em negociação com a iniciativa privada para aproveitá-las”, explicou o presidente da CBPM.
Outro ponto enfatizado foi o papel da Bahia na produção de minerais já consolidados, embora ainda não tenha aproveitado todo o potencial de escoamento.
“Apesar de termos minérios de alto valor agregado, como o níquel, por exemplo, que hoje está a 16 mil dólares a tonelada, nós também temos minério de ferro, que está a 100 dólares a tonelada. Então, sem uma logística, como a de ferrovias, a infraestrutura necessária fica comprometida, inviabilizando esses empreendimentos”, avalia Borel.
A Bahia se destaca como o terceiro maior produtor de bens minerais do Brasil, sendo o único estado com mina de diamantes em kimberlito na América Latina e a única mina de urânio da América do Sul. É também a principal região para a extração de esmeraldas no país.