Os secretários Mario Povia (Portos) e Felipe Queiroz (Transportes Terrestres), a engenheira Anna Valle (Flows) e Angelino Caputo (Abtra/Conselho Brasil Tech) participaram do painel
Nacional
Minfra quer lançar DT-e em seis meses, diz secretário
Documento de Transporte Eletrônico visa unificar os documentos exigidos, reduzindo custos e o tempo das viagens. Assunto foi abordado durante o painel “Logtechs como promotoras da multimodalidade”
O Ministério da Infraestrutura, por meio da Secretaria Nacional de Transportes Terrestres (SNTT), pretende lançar a plataforma do Documento de Transporte Eletrônico (DT-e) em seis meses. O prazo foi revelado pelo secretário Nacional de Transportes Terrestre (SNTT), Felipe Queiroz, na tarde de ontem, durante a sua participação no painel “Logtechs como promotoras da multimodalidade” do fórum Think Tank Brasil Export, em São Paulo.
O DT-e visa unificar os documentos exigidos no transporte de cargas e reduzir o tempo de paradas de motoristas para fiscalização. “A gente vai fazer isso em ondas. Vamos pegar os primeiros 16 documentos que a gente tem no setor de transportes e integrá-los, como o RNTRC (Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas), documentos relativos à pesagem, certificação de veículos, isso tudo ser integrado num documento único. Numa segunda onda, os documentos sanitários e numa terceira, os documentos fiscais”, afirmou Queiroz.
O secretário explicou que, num primeiro momento, a plataforma será implementada internamente. “A gente pretende, em seis meses, colocar isso de pé, a princípio fazendo uma incubação ainda dentro da administração pública para, depois, se entendermos viável, levar isso a leilão e passar essa operação para o privado. Se é uma operação que tem valor, que gera negócio, que gera business, nada mais do que endereçar o desenvolvimento através de geração de riquezas, tributos e novos negócios a partir desse tipo de solução”, declarou.
Segundo Queiroz, atualmente, em uma viagem de 1 mil quilômetros, perde-se seis horas somente com paradas para fiscalização de documentos e, o objetivo, com a utilização do DT-e é proporcionar eficiência à logística.
O DT-e foi criado pela Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), segundo comentou o diretor executivo da organização, Angelino Caputo, que é presidente do Conselho Brasil Tech e foi o moderador deste painel, o primeiro do Bloco do Conselho Brasil Tech, no fórum.
Caputo ressaltou que a inovação tecnológica é fundamental para tornar a multimodalidade no transporte viável, que é a integração de modais vinculada a um único contrato, com um único valor de frete e seguro.
O secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura, Mario Povia, um dos debatedores do painel, levantou a questão da tributação única na multimodalidade. “É uma troca de modal pelo outro, é quando essas operações estão integradas num único documento de transporte, num modelo tributário único, que é o que a gente almeja. E um desafio que, aí, entra a loghtech, é reunir todas essas operações fragmentadas e arredondar tudo isso e tornar viável. Essa, talvez, seja a diferença existente entre intermodalidade e multimodalidade. Mas que, na prática, é uma única operação que ocorre entre mais de um modal”, disse Povia.
A conselheira do Brasil Tech Export e founder & COO na Flowls, Anna Valle, explicou como uma startup pode contribuir para a eficiência da logística no transporte de cargas. “O que acontece quando um modal não conversa com outro? A cadeia inteira perde. Como o Povia falou, o ótimo global não reflete o ótimo local. Então, a cadeia vai ser tão forte quanto o seu elo mais fraco e é aí que está o problema de todo mundo trabalhar separado. É exatamente nessa linha que as startups e loghtechs vêm para ajudar muito. Como cada uma vai transformando um pedacinho, o gargalo vai mudando de lugar e a cadeia toda vai melhorando, vai otimizando isso”, afirmou Anna.
O Think Tank Brasil Export, promovido pelo Brasil Export – Fórum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária e organizado por seus conselhos temáticos, acontece no Cubo Itaú, em São Paulo e prossegue nesta quarta-feira (8) com os painéis dos blocos dos conselhos Feminino e ESG.
Destinado a conselheiros, autoridades e patrocinadores, o Think Tank é organizado pelos seguintes conselhos do Brasil Export: Internacional, Brasil Tech, Feminino e ESG. O evento é transmitido online e ao vivo no portal BE News.