Esplanada dos Ministérios, em Brasília: Governo Lula terá 37 pastas, diz Rui Costa (crédito: Agência Brasil)
Transição no Governo
Ministério da Infraestrutura será dividido em duas pastas, confirma Rui Costa
Informação foi dada neste sábado, após reunião com Lula, Gleise Hoffmann e Aloízio Mercadante em Brasília
O Ministério da Infraestrutura (Minfra) será dividido em duas pastas no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou o futuro ministro da Casa Civil na gestão petista, Rui Costa, na manhã deste sábado. A informação foi dada após Costa deixar uma reunião com Lula e da qual participaram também a presidente do Diretório Nacional do PT, Gleise Hoffmann, e o ex-ministro Aloizio Mercadante, cotado para assumir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo Costa, o Minfra será desmembrado em uma pasta de Transportes, que cuidará de rodovias e ferrovias, e outra voltada para portos, hidrovias e aeroportos. A medida já era esperada, integrando a estratégia do governo petista de ter pastas em quantidade suficiente para abrigar os partidos que vão apoiar a gestão. No total, segundo o o futuro ministro-chefe da Casa Civil, haverá 37 ministérios, mas o número de cargos no governo federal não será ampliado, de modo a manter o atual nível de gastos. Hoje, há 23 ministérios.
Ainda serão reinstituídas as pastas da Pesca, das Cidades e do Esporte e criadas as dos Povos Originários e a de Gestão, declarou Rui Costa. “Vamos buscar melhorar a representatividade através dos ministérios, com o simbolismo onde diversos segmentos querem se ver representados no governo, e sem, com isso, implicar em aumento de gastos”, explicou.
O novo desenho do ministério deverá constar de uma medida provisória a ser publicada pelo presidente eleito no começo de sua gestão.
Disputa ministerial
Conforme a coluna HUB informou na edição deste final de semana do jornal BE News, o PSD, presidido pelo ex-ministro Gilberto Kassab, almeja ficar com três ministérios no próximo governo. São eles: Infraestrutura, a ser chefiado pelo senador Alexandre Silveira (MG), ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e homem de confiança do presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); Turismo, tendo à frente o deputado Pedro Paulo (RJ), apoiado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD); e, por indicação das bancadas na Câmara e no Senado, Agricultura, que ficaria com o senador Carlos Fávoro (MT), ligado ao agronegócio. Apesar do otimismo, os caciques da legenda sabem que devem ter apenas duas pastas, Turismo e Infraestrutura.
Segundo uma liderança do PSD, o partido gostaria mesmo de ter a Infraestrutura em seu formato atual, cuidando de todos os modais. Mas reconhece que a separação da pasta, já esperada, não representará problemas.
O comando do futuro Ministério dos Portos é disputado por políticos do MDB, especialmente por sua bancada de senadores e pelo grupo ligado ao governador reeleito do Pará, Helder Barbalho, ex-secretário especial de Portos no governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Helder apoia a indicação do deputado José Priante (MDB-PA) para chefiar o órgão. A futura pasta também está na mira do PSB, partido do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. Nesse caso, o indicado seria o ex-governador de São Paulo Márcio França, uma das principais lideranças do partido e que tem como base a Baixada Santista, onde fica o Porto de Santos, o principal do Brasil. França também já foi cotado para ficar à frente do Ministério da Ciência e Tecnologia.