O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o compromisso com a agenda em prol da igualdade foi uma solicitação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcio Ferreira/MT)
Nacional
Ministério dos Transportes avança para promover equidade no setor
Iniciativa prevê projetos para companhias do setor de infraestrutura e logística incentivarem um ambiente de trabalho mais igualitário
O Ministério dos Transportes formalizou na quarta-feira, dia 3, junto ao Ministério das Mulheres um protocolo de intenções para promover a 7ª Edição do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça. A iniciativa prevê projetos para companhias do setor incentivarem um ambiente de trabalho mais igualitário na infraestrutura rodoviária, ferroviária e logística do país.
A ação engloba empresas que possuem 100 ou mais colaboradores. A ideia é introduzir novas abordagens na administração de recursos humanos e promover, nas agências reguladoras e companhias vinculadas ao Ministério do Transporte, a igualdade de gênero e raça tanto nas dinâmicas laborais quanto na ocupação de posições de liderança.
A primeira Secretária Nacional de Transportes Rodoviários do Brasil, Viviane Esse, disse que a iniciativa foi amplamente acolhida pelas empresas do setor. Ela ressaltou que 100% das concessionárias de rodovias federais vinculadas à pasta dos transportes aderiram ao protocolo. “Nós tivemos uma adesão que me surpreendeu de forma positiva. Muitas associações, muitas concessionárias, muitas pessoas pediram para aderir, dizendo: ‘Olha, eu já estou cumprindo, tenho um programa, tenho uma iniciativa’. Isso é muito gratificante”.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que a participação feminina representa 17,8% do total de trabalhadores nas empresas de transporte do Brasil. São aproximadamente 390 mil mulheres com vínculo ativo nessas companhias.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o compromisso com a agenda em prol da igualdade foi uma solicitação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Quando assumi aqui no Ministério, o presidente Lula fez algumas recomendações para os ministros, e entre elas estava a priorização da inclusão de mulheres nos postos de decisão. Não é algo fácil na área da infraestrutura. Eu até fiz um banco de currículos apenas com mulheres para priorizar”.
Segundo o Governo, os objetivos do programa são estimular a igualdade em acesso, remuneração, ascensão e permanência no emprego. Além de promover ações preventivas em relação às mulheres, com o enfrentamento a todas as práticas de racismo e discriminação de gênero e ao assédio moral e sexual no ambiente de trabalho.
Na cerimônia, estava prevista a participação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. No entanto, devido ao cumprimento de uma agenda externa no Rio de Janeiro, ela teve que cancelar sua presença. A porta-voz do órgão no encontro foi a diretora de Políticas de Ações Afirmativas, Layla Pereira, que reforçou a necessidade de avançar na viabilização de profissionais negros nas carreiras do transporte e da infraestrutura.
“Tendo espaços mais diversos, conseguimos inovar, avançar e dar respostas mais eficazes e eficientes. Além disso, temos um passivo histórico importante no sentido da desigualdade racial no país que precisamos vencer”, afirmou Layla.
Plano de Ação
Ao se inscreverem no edital, as empresas precisam desenvolver e implementar um Plano de Ação, que deve ser executado em até dois anos. Em abril de 2026, os participantes vão apresentar um relatório com os resultados alcançados. As companhias que se destacarem receberão o Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça, que certifica o compromisso com a sociedade.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, enfatizou que não se constrói um país economicamente desenvolvido quando há pessoas sendo excluídas. “O programa e essa assinatura são fundamentais porque precisam começar a fazer parte das discussões não só dos governos, mas também das empresas. Precisa ser um processo de mudança organizacional e cultural de toda a sociedade brasileira, que passará pelo governo, empresas estatais, escolas, faculdades e empresas privadas”.
A iniciativa é coordenada pelo Ministério das Mulheres em parceria com o Ministério da Igualdade Racial, o Ministério do Trabalho e Emprego, a ONU Mulheres e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).