Ministro das Infraestruturas defende construção de novo aeroporto

Atual aeroporto de Lisboa não tem infraestrutura adequada para receber a demanda de passageiros

O ministro das Infraestruturas e da Habitação de Portugal, Pedro Nuno Santos, apelou por um consenso em relação à construção de um novo aeroporto no País. O pedido veio após o registro de uma segunda-feira (13) caótica no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, quando cerca de 50 mil passageiros passaram pelo terminal e enfrentaram lotação e longas filas.

Com a recuperação do turismo neste primeiro verão com medidas mais flexíveis relacionadas à pandemia, Lisboa é o quarto destino mais procurado da Europa e, para as autoridades, o aeroporto não tem infraestrutura adequada para receber a atual demanda.

Antes da pandemia, Lisboa chegou a recusar voos e a situação pode se repetir ano que vem, caso nada seja feito, afirma o ministro.  

Pedro Nuno reconheceu também que o aeroporto da capital já registra, desde maio, problemas de circulação, fluidez e tempo de espera. “E ainda não chegamos ao verão propriamente dito”, pontuou.

As limitações do aeroporto de Lisboa, com instalações colapsadas e dentro da área urbana – a apenas seis quilômetros do centro histórico da cidade – provocam atrasos e aglomerações no pico da época turística.

Há vários anos se debate a opção de construir um novo aeroporto. As opções seriam a cidade de Montijo ou Alcochete, no outro lado do rio Tejo, mas até hoje nenhum projeto conseguiu avançar.

“Temos um problema que é estrutural, com um aeroporto que está esgotado e que precisa de uma resposta”, ressaltou o ministro das Infraestruturas e pediu um “consenso amplo” para assegurar que “não se retroceda” cada vez que a gestão do Governo Federal mude.

Em 2015, os socialistas e os conservadores do PSD, os dois maiores partidos de Portugal, acordaram que os grandes projetos de infraestruturas devem ter um acordo de dois terços do Parlamento.

Recentemente, o primeiro-ministro português, António Costa, disse que não se pode “perder mais tempo” com o aeroporto e deixou nas mãos do PSD a decisão sobre a localização do novo equipamento.

Projeto travado

Em março do ano passado, um projeto que previa a construção de um novo aeroporto na base aérea do município de Montijo foi travado pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (Anac). O arquivamento ocorreu porque, de acordo com a legislação portuguesa, todos os municípios impactados pela obra devem ser consultados e emitir parecer favorável – o que não aconteceu.

Das cinco cidades consultadas, duas votaram a favor (Barreiro e Montijo), uma se absteve (Alcochete) e duas votaram contra Seixal e Moita).

Se o aeroporto em Montijo saísse do papel, ficaria a cerca de 30 km do centro de Lisboa, próximo à Ponte Vasco da Gama. E funcionaria como equipamento secundário ou mesmo principal, ajudando a desafogar o Aeroporto Internacional Humberto Delgado.

Existe ainda uma segunda proposta, que seria construir o novo aeroporto no município de Alcochete, que fica a 40 km do centro de Lisboa e encontra menos resistência de entidades ambientais que acompanham os projetos.

Enquanto nada é decidido, estudos apontam que a conclusão das obras de um novo aeroporto no país levaria cinco anos.