Ministro vê Pecém como referência mundial em hidrogênio verde

Silvio Costa Filho visitou o complexo cearense ao lado do secretário nacional de Portos, Alex Ávila

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, acompanhado pelo secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Alex Sandro de Ávila, realizou na sexta-feira, dia 5, uma visita técnica ao Complexo Portuário do Pecém, no Ceará. O ativo, que abrange mais de 19 mil hectares, destaca-se por sua infraestrutura robusta e localização geográfica estratégica, sendo reconhecido como uma referência em hidrogênio verde (H2V) no Brasil, hospedando os pioneiros projetos do setor no país.

O propósito da visita foi explorar os empreendimentos dedicados às energias renováveis, visando servir como modelo para outras autoridades portuárias. O Governo Federal garante ter o compromisso de expandir suas capacidades no âmbito das energias renováveis, com o intuito de promover a preservação ambiental e melhorar a qualidade de vida da população.

Durante a visita, Silvio Costa Filho enfatizou a relevância estratégica do porto como um centro de excelência, estabelecendo uma conexão direta com a região europeia, facilitando o transporte e exportação do referido produto para lá. “Eu não tenho dúvidas de que o Porto do Pecém será uma referência mundial em hidrogênio verde, e queremos exportar essa tecnologia para os países europeus e demais interessados, o que estimulará ainda mais o crescimento econômico da região”, declarou.

Alex Ávila destacou os investimentos realizados no complexo, especialmente no que concerne aos projetos de energias renováveis, com ênfase no hidrogênio verde. “É um excelente hub para permitir um canal direto, por exemplo, com a região da Europa. Estamos investindo na proposta econômico-financeira para permitir que tenha um custo acessível e, assim, posicionar o Brasil na vanguarda da competitividade no fornecimento de energia renovável, como o hidrogênio verde, para o mundo”.

O Complexo do Pecém é composto por três grandes áreas: a Área Industrial, que abriga algumas das principais unidades fabris do Nordeste brasileiro; o Porto do Pecém, um terminal offshore de classe mundial; e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) Ceará, pioneira no Brasil, que dispõe de uma nova área de mais de 1.900 hectares destinada a novos investimentos. É nessa região que serão estabelecidas as empresas responsáveis pela produção de H2V no Pecém.

Atualmente, o complexo possui seis pré-contratos firmados, totalizando cerca de US$ 8 bilhões em investimentos até 2030. Esses investimentos têm o potencial de duplicar o número de empregos diretos e indiretos na região, que atualmente é de 80 mil.

Para acomodar as empresas envolvidas na produção de hidrogênio verde no Pecém, está prevista uma modernização da estrutura do Complexo e do Porto. Será criado um corredor de utilidades para a circulação de dutos de amônia, gás natural, hidrogênio, água e rede elétrica. O Píer 2 e o terminal de múltiplas utilidades passarão por adaptações para a operação de amônia e outros subprodutos do hidrogênio verde.

“Nesse processo de instalação do hub de H2V, estamos nos preparando para produzir e exportar o hidrogênio, enquanto o Porto de Roterdã se prepara para receber e distribuir pelo mercado europeu”, disse o presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo. O Porto do Pecém e o Porto de Roterdã, nos Países Baixos (Holanda), formarão a rota mais próxima de exportação/importação de H2V entre a América do Sul e a Europa.

É relevante também destacar que o Porto do Pecém registrou um crescimento de 18% na movimentação no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior. No total, foram movimentadas 4,4 milhões de toneladas de carga de janeiro a março de 2024.

Entre os principais produtos movimentados, destacam-se minérios, cereais, combustíveis minerais, ferro fundido, plásticos e bebidas em cabotagem. Na navegação em longo curso, foram transportados combustíveis minerais, máquinas, frutas e sal.