Para Felipe Queiroz, replicar soluções ferroviárias que estão maduras em alguns portos em outros que ainda estão estudando possibilidades pode acelerar os processosCrédito: Divulgação/Brasil Export
Região Nordeste
Modelo de gestão da Fips é discutido para o Porto do Itaqui
Diretor da ANTT admitiu durante o Nordeste Export que o assunto vem sendo estudado
O modelo associativo de gestão aprovado para a Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips) pode ser replicado em outros portos, acredita o diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Felipe Queiroz.
Segundo ele, a agência está discutindo como a ideia poderia ser incrementada no Porto do Itaqui, no Maranhão.
“Existe ali (Itaqui) uma confluência de TUPs (Terminais de Uso Privado), não só o porto. Então, é uma discussão que não está tão madura quanto a Fips, mas acho que é algo que bate à porta ainda neste governo”, disse Queiroz.
O diretor da ANTT falou sobre o assunto no painel “Perspectivas do transporte ferroviário para o desenvolvimento da região Nordeste”, exposto no último dia 20, durante o Fórum Nordeste Export, promovido pelo Grupo Brasil Export, em João Pessoa (PB).
Para ele, é preciso pensar em soluções que conectem os complexos portuários com o interior. E replicar “soluções ferroviárias que estão maduras em alguns portos” em outros que ainda estão estudando possibilidades pode acelerar os processos.
Na visão de Queiroz, a Fips é “um modelo que é o estado da arte”. “Acredito que vai dar certo. É o que o mundo tem feito e é um modelo que pode ser replicado”.
A proposta aprovada para a Fips permite que operadores portuários e empresas ferroviárias, via chamamento público, formem uma associação e administrem a ferrovia. Desta forma, assumiram a gestão da malha as empresas VLI, MRS e Rumo.
Também estiveram presentes no debate Anderson Abreu, gerente geral de Relações Institucionais da VLI, e Humberto Mota, presidente da Ferrovia Transnordestina Logística (FTL).
Abreu também vê o modelo com bons olhos e disse que ele traz governança para a gestão do ativo.
“Se os concessionários conseguirem atender as melhorias previstas, e também é um modelo que pode ser melhorado com o tempo, vejo que sim, pode atender às demandas do Porto do Itaqui”, citou.
Felipe Queiroz falou ainda que o Brasil “precisa aprender a fazer ferrovia do litoral para o interior” e não o contrário.
“Para as próximas, talvez faça sentido a gente começar de Suape-Salgueiro e não Salgueiro-Suape, porque assim vai entregando e viabilizando trechos operacionais que já agregam valor e vai gerando um ciclo virtuoso nos investimentos”, explicou, citando o trecho da Transnordestina que passa por Pernambuco.