Danilo Abbondanza, CEO da ModalGR, explicou como a aplicação de Inteligência Artificial, Big Data e Internet das Coisas pode melhorar a gestão e a segurança nos portos brasileiros (Foto: Reprodução)
Portos
Modernização dos portos passa pela adoção de tecnologia de ponta
Big Data, IA e Internet das Coisas são apontados como essenciais para maior eficiência e segurança operacional
Estratégias para a implementação de tecnologias que possam apoiar de forma efetiva o combate ao crime nas infraestruturas portuárias. Esse foi um dos temas discutidos por especialistas durante o Simpósio de Direito e Segurança Pública nos Portos, realizado na terça-feira (3), em Brasília (DF).
Danilo Abbondanza, CEO da ModalGR, explicou como a aplicação de Inteligência Artificial (IA), Big Data e Internet das Coisas (IoT) pode melhorar a gestão e a segurança nos portos brasileiros. Segundo o executivo, a implementação dessas ferramentas pode transformar a forma como os dados são tratados, analisados e utilizados para a tomada de decisões.
“A visão que trazemos é a de uma evolução baseada em um trabalho unificado com diversas tecnologias”, afirmou.
O Big Data envolve um grande volume de registros armazenados em servidores e bancos de dados de empresas, frequentemente provenientes de fontes diversas. A plataforma permite integrar essas informações, proporcionando acesso rápido e preciso, o que resulta em uma visão mais clara e eficiente dos processos operacionais e, consequentemente, da segurança de um porto.
Abbondanza sugeriu que ao trabalhar com o controle de acesso em um terminal, cada pessoa deve ser registrada em uma plataforma de Big Data. A informação é compartilhada entre diferentes setores: operacional, comercial, Receita Federal e autoridade portuária, que exige o processo para liberar a entrada. “Facilidade de visualização do mesmo dado para visões diferentes”, disse.
A partir daí, as ferramentas de Inteligência Artificial melhorariam o sistema, sendo capazes de aprender com o tempo e analisar grandes volumes de dados para identificar padrões e comportamentos suspeitos, oferecendo apoio na tomada de medidas. “Não é uma decisão autônoma, mas um apoio”, observou.
Por fim, a Internet das Coisas (IoT), integrada às outras duas tecnologias, permitiria conectar dispositivos online para melhorar a comunicação e a interação. “A gente consegue trabalhar com uma ação de decisão, usando o hardware a seu favor no meio do processo, no controle de segurança, seja no acesso, na emissão de algum alerta ou na questão de monitoramento”, declarou Abbondanza.
Iniciativas do Governo
Fábio Lavor Teixeira, secretário executivo adjunto do Ministério de Portos e Aeroportos, informou que o órgão está aplicando tecnologias de inteligência de sistemas e da informação para melhorar a segurança nas operações portuárias.
“Podemos usar mais as ferramentas na parte de segurança também. Da mesma forma que já temos essa base de dados, essa articulação entre todos os agentes das autoridades portuárias, podemos avançar mais”, afirmou Teixeira.
O secretário também falou sobre os avanços no Sistema de Gerenciamento e Informação do Tráfego de Embarcações (VTMIS), que já apresenta resultados positivos em alguns portos, como o de Vitória (ES), e será implantado no Porto de Santos (SP).
“Para os próximos três anos está prevista a aplicação de R$ 350 milhões para a ampliação e implementação”, completou Teixeira.
O almirante Wilson Pereira de Lima Filho, diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), anunciou o lançamento da plataforma Oi.br, que conta com dois módulos: safety (segurança operacional) e security (segurança contra ameaças externas).
Segundo o almirante, “essa ferramenta permitirá o registro online de informações por colaboradores autorizados, facilitando a análise de dados e a atualização das normas”.
Simpósio
A programação do Simpósio de Direito e Segurança Pública nos Portos incluiu painéis dedicados à repressão ao crime organizado, fiscalização e controle vs. segurança pública, e aos desafios para a integração dos órgãos públicos nos portos e vias navegáveis.
O evento foi promovido pela Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos) e pela Comissão Especial de Direito Marítimo e Portuário do CFOAB (Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil).