tecnologias de gestão têm se tornado indispensáveis para assegurar a eficiência e a segurança desse mercado, como, por exemplo, a telemetria, que consiste no monitoramento remoto de veículos, motoristas e cargas. Foto: Divulgação
Rodovias
Monitoramento em tempo real auxilia transporte de cargas no País
Tecnologia permite que gestores de frota acompanhem a localização exata dos caminhões
O transporte de cargas no Brasil é a espinha dorsal da economia nacional, movimentando bilhões de reais anualmente. Contudo, em um país de dimensões continentais, a logística é um desafio diário que envolve desde caminhões de médio porte até gigantes do transporte pesado, inclusive as chamadas cargas excepcionais, que frequentemente exigem escolta de “batedores” para garantir a segurança em vias públicas.
Nesse contexto, tecnologias de gestão têm se tornado indispensáveis para assegurar a eficiência e a segurança desse mercado, como, por exemplo, a telemetria, que consiste no monitoramento remoto de veículos, motoristas e cargas.
“ Esse recurso permite que gestores de frota acompanhem a localização exata dos caminhões, a velocidade instantânea, o consumo de combustível e até mesmo as frenagens bruscas. Informações críticas também podem ser consultadas a qualquer momento, possibilitando uma tomada de decisão mais embasada e ágil”, explica o CEO da Infleet, empresa de soluções de gestão de frotas, Victor Vilas Boas Cavalcanti.
Os números mostram a importância do setor do agronegócio, um dos principais que estão ligados ao transporte de cargas. Segundo dados do Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas), no período de 1985 a 2022, a área dedicada à agropecuária no país teve crescimento de 50%, abrangendo 282,5 milhões de hectares. Essa área equivale aos estados do Pará e Amazonas juntos.
As condições das rotas e o desempenho dos veículos com cargas pesadas são pontos de muita importância, segundo o especialista. “Primeiro, porque algumas cargas não podem circular em certas vias, e ter essa rota pré-definida e monitorada ajuda as empresas a evitarem problemas logísticos e até multas. Já em relação aos veículos, cargas maiores demandam mais dos caminhões, e com a telemetria, é possível estar a par em tempo real sobre as condições dos veículos”, diz Cavalcanti.
Outro ponto fundamental é o cuidado com um dos maiores “bens” do setor de logística: os motoristas, que, para trabalhar com cargas pesadas, precisam, além da capacitação técnica, contar com o suporte dos gestores. “Dados como o uso do cinto de segurança, RPMs e a temperatura do motor podem ser usados para promover uma direção mais segura e preventiva. Isso não elimina imprevistos, mas certamente minimiza os riscos associados a falhas humanas ou mecânicas”, afirma Cavalcanti.
Para o especialista, além do aspecto financeiro, dado o alto custo dos equipamentos e a necessidade imperativa de gerenciamento de frotas, a tecnologia se destaca especialmente quando aplicada para reduzir os índices de acidentes.
“A videotelemetria oferece uma transformação significativa na gestão de frotas no setor de cargas pesadas, promovendo uma segurança aprimorada, redução de custos e aumento na eficiência operacional”, conclui o CEO.
Mais tecnologia
Segundo a CEO da Salva, empresa especializada em inteligência e análise de dados ambientais e climáticos, há mais tendências tecnológicas que devem movimentar o setor agrícola. São elas:
Aplicação da Inteligência Artificial: a IA deve melhorar as ferramentas por trazer como resultados, a combinação de inúmeras outras variáveis que os deixam mais assertivos.
Agricultura de precisão: contribui para o uso mais eficiente de insumos e combustíveis, além da redução de perdas na produtividade graças a apontamentos mais ágeis e localizados de pragas e doenças.
Inovações em agricultura regenerativa: “a expansão do uso de insumos biológicos já têm ajudado e vai ajudar a ampliar as práticas regenerativas, a saúde do solo e o aumento da biodiversidade, o que ajuda muito a mitigar os efeitos das intempéries climáticas. A mecanização para a implantação em escala dos sistemas conservacionistas ainda é um desafio”.
Biotecnologia e genética: devem vir à tona, à medida que mais agricultores buscam novas fontes de insumos e variedades que sejam mais resilientes às altas temperaturas e estiagem.