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O volume de milho carregado pelo Porto de Paranaguá em janeiro deste ano alcançou a marca de 569.461 toneladas (Crédito: Claudio Neves/Portos do Paraná)

Região Sul

Movimentação de milho cresce 161% no Porto de Paranaguá

Atualizado em: 2 de fevereiro de 2023 às 9:32
Cássio Lyra Enviar e-mail para o Autor

Dados são referentes a janeiro deste ano em comparação com o mesmo mês de 2022

O volume de milho carregado pelo Porto de Paranaguá alcançou a impressionante marca de 569.461 toneladas embarcadas somente no mês de janeiro, o que representa um aumento de 161% em relação ao mesmo mês de 2022.

“O que estamos percebendo pelos grandes volumes registrados nos embarques aqui pelo Porto de Paranaguá é que essa movimentação já vem se intensificando desde o ano passado”, disse Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná.

No último mês de dezembro foram carregadas 580.147 toneladas de milho. Comparado às 97.124 toneladas exportadas em dezembro de 2021, o volume foi 947% maior.

“Também o line-up dos navios que chegarão para carregar milho aqui pelo Paraná mostra que a tendência é que continue assim pelo menos ainda no próximo mês”, afirma Garcia.

No mês de janeiro, até o último domingo, dia 29 de janeiro, 19 navios atracaram no Porto de Paranaguá para carregar milho. Segundo o line-up desta segunda-feira (30), escala das embarcações para receber o granel, nove navios já estão em porto para carregar 587.324 toneladas e outros oito estão na sequência para embarcar 511.839 toneladas de milho.

Já há outro anunciado, que deve receber 67 mil toneladas. Somado, o volume quase chega a 1,1 milhão de toneladas do cereal a serem exportados por Paranaguá.

 

Mercado

O mês de janeiro não costuma ser um período típico de exportação de granéis, conforme explica Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep/Senar-PR. Entretanto, segundo ela, uma combinação de fatores tem impulsionado a demanda pelo cereal brasileiro, em especial o milho.

Além do fato dos produtores precisarem fazer espaço para receber a nova safra de soja, a lacuna aberta no mercado internacional pela situação da guerra na Ucrânia e a nova demanda da China também aquecem os embarques pelos portos brasileiros.

“No último mês de novembro, com o novo acordo comercial com a China, 136 empresas foram auditadas e habilitadas pelo Ministério da Agricultura para armazenar e exportar milho no Brasil”, comentou a agrônoma. 

Segundo Ana Paula, o Paraná é o segundo Estado com maior número de plantas autorizadas pelos governos chinês e brasileiro. Ucrânia e os Estados Unidos costumavam ser os principais exportadores de milho para a China. As exportações ucranianas reduziram 24%, já que tiveram menor produção e dificuldades para embarcar o produto, devido ao conflito com a Rússia. E, no caso dos norte-americanos, há conflito comercial.

“O Brasil surge como uma alternativa importante. O país vem se tornando uma potência na exportação de milho, com um crescimento anual bastante expressivo. O Brasil ocupou essa lacuna e a tendência é que isso se mantenha para os próximos anos”, completou.

 

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