Navio-hospital chega a São Sebastião e governo prevê repasse de até R$ 60 milhões

Embarcação da Marinha atracou no porto da cidade e servirá para desafogar a rede hospitalar

A chegada do Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico, maior embarcação da Esquadra Brasileira, ao Porto de São Sebastião deu início à integração da Marinha do Brasil à força-tarefa do Governo Federal no auxílio às vítimas do temporal que atingiu a região do Litoral Norte de São Paulo. Em atendimento à imprensa no cais, o ministro de Integração e Desenvolvimento Regional Waldez Góes afirmou que o governo deve investir até R$ 60 milhões destinados para ações da Defesa Civil.

Além de Góes, o ministro de Portos, Márcio França, acompanhou a chegada do navio. A participação da Marinha no trabalho integrado da força-tarefa foi um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “(Lula) Achou fundamental o envolvimento da logística marítima e por isso nos acionou para mobilizar a participação da Marinha do Brasil”, disse Góes.

“A Marinha chega para servir como um hospital de campanha, com helicópteros, veículos, embarcações de embarque e desembarque de cargas, embarcações menores para resgate e atendimento de sobreviventes. Seja na área de ajuda humanitária e atendimento hospital, a Marinha está preparada”, afirmou o ministro.

Na quarta-feira (22), a pasta havia destinado o repasse de R$ 7 milhões para a Prefeitura de São Sebastião. Ao todo, o Governo Federal já destinou R$ 60 milhões para assistência e ajuda humanitária ao município. No entanto, os valores devem aumentar dada a situação do desastre.

“Os planos de trabalhos das prefeituras começam a chegar. A primeira que fez foi São Sebastião para ajuda humanitária. Nós liberamos rapidamente e já disponibilizamos R$ 7.073.000,00. E estamos nos preparando para ir a 50, 60 milhões de reais só referentes aos planos direcionados para a Defesa Civil, sem os demais custos já informados”, explicou Waldez Góes.

Construção de casas

Uma das frentes de trabalho que também envolverá o Governo Federal será a construção de novas moradias para famílias que perderam suas casas ou ficaram desabrigadas, além do contingente de pessoas que estão em áreas consideradas de risco pelas autoridades.

Durante visita a São Sebastião na segunda-feira, o presidente Lula já havia afirmado que vai garantir recursos federais para a construção de novas moradias através do programa Minha Casa Minha Vida. O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), afirmou que já estão sendo feito estudos para possíveis áreas para levantar novos empreendimentos.

“Temos uma área reservada na Vila Sahy, que está entrando na fase final de estudos, e pode receber cerca de 180 unidades. A segunda área, em Maresias, para 220 unidades e projetamos uma terceira área para cerca de 180 unidades”, comentou.

Durante o período da tarde, houve uma reunião entre os ministros e o prefeito que tratou do plano de reconstrução, voltado para a habitação, assunto esse dado como prioridade para o governo.

Para hoje (24) está prevista outra reunião, mas na sede da Santos Port Authority, a Autoridade Portuária que administra o porto da cidade. O encontro terá as presenças dos ministros Waldez Góes e Márcio França e outras autoridades.

Hospital de campanha

O Navio-Aeródromo Atlântico atracou no Porto de São Sebastião por volta de meio-dia de ontem (23). A estrutura promete entregar até 300 leitos para reforçar o atendimento médico às pessoas atingidas pela tragédia do último final de semana. Um dos objetivos principais é desafogar os hospitais da região, que estão priorizando, no momento, casos mais graves.

Cerca de 30 médicos dentre as mais diversas especialidades embarcaram no navio, sendo eles: ortopedista, cirurgião geral, anestesista, cirurgião dentista, farmacêutico, clínico geral e profissionais de enfermagem.

Além disso, o navio transportou também 180 fuzileiros navais com maquinários, que auxiliarão a Defesa Civil na desobstrução de vias e ações de resgate.

De acordo com o Governo do Estado, essas embarcações poderão ir até locais específicos da cidade, chegando pelas praias, onde há pessoas ilhadas. Cada uma das três estruturas tem capacidade para transportar 35 pessoas. Esse serviço é apontado como crucial devido ao fato da possibilidade do retorno de chuvas na região para os próximos dias.

“Esses equipamentos ficam no porto ou em terra. Se houver necessidade, eles podem fazer o deslocamento. O prefeito Felipe nos informou de um risco eventual de novas chuvas, então é possível colocar alguma dessas estruturas em alguma praia ou locais que eventualmente possam ficar isolados”, comentou o ministro Márcio França.