A Praticagem ressaltou que a análise de incidentes na navegação é complexa, "sendo prematuro qualquer juízo de valor sobre a responsabilidade do ocorrido antes da conclusão do inquérito pela Capitania dos Portos e do posterior julgamento pelo Tribunal Marítimo". Divulgação
Região Nordeste
Navio pode ficar por mais uma semana encalhado no Maranhão
O navio Forte de São Felipe pode ficar por mais uma semana encalhado no canal de navegação Estreito dos Coqueiros, que dá acesso ao terminal privado do Consórcio de Alumínio do Maranhão, Alumar, caso as condições meteorológicas permaneçam conforme o esperado.
É que os profissionais envolvidos na operação de desencalhe do navio devem aguardar a maior amplitude de alta da maré, prevista somente para o dia 27. Por enquanto, o navio carregado com 23 mil toneladas de bauxita terá parte da carga esvaziada, segundo a Portos MA.
O Forte de São Felipe, que pertence à empresa Elcano SA, tinha vindo do Pará carregado, no total, com 58 mil toneladas de bauxita – produto utilizado na produção de alumínio da empresa. O desembarque da carga ocorria normalmente no sábado (17), até que um guindaste do porto da Alumar apresentou problemas e a operação foi paralisada.
Em seguida, a tripulação recebeu a informação que seria necessária uma manobra chamada ‘troca de bordo’, para que o procedimento de descarga continuasse do outro lado da embarcação, ou seja, o lado oposto ao do início do desembarque.
Durante a manobra, porém, o navio acabou atolando devido à maré baixa, numa região com muitas rochas e bancos de areia.
A Capitania dos Portos do Maranhão foi acionada, enviou uma equipe ao local e seis rebocadores foram mobilizados para desencalhar o navio, mas a tentativa não deu certo e a operação foi paralisada por falta de navegabilidade. Foram feitas outras duas tentativas de reflutuação no domingo, uma durante a madrugada e outra por volta das 14h, que também falharam.
Em nota, o Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar) informou que a operação para a retirada do navio Forte São Felipe continua no canal de navegação do Estreito dos Coqueiros. Segundo a Alumar, não há danos ambientais.
“A operação é liderada pela Praticagem, pelo Armador do Navio responsável, Autoridades competentes e, embora o navio não seja controlado e operado pela Alumar, a empresa segue dando suporte à atividade. A Alumar reafirma o compromisso com o seus valores e o respeito às pessoas e ao meio ambiente”, encerra a nota.
Investigação
A Capitania informou em nota que um inquérito administrativo será instaurado para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo ocorrido.
A Praticagem do Brasil ressaltou que a análise de incidentes na navegação é complexa e se processa com base na legislação, “sendo prematuro qualquer juízo de valor sobre a responsabilidade do ocorrido antes da conclusão do inquérito pela Capitania dos Portos e do posterior julgamento pelo Tribunal Marítimo”.
Já a Marinha garantiu que não há indícios de danos estruturais ou vazamento de resíduos poluentes e os tripulantes passam bem. Um “Aviso aos Navegantes” foi divulgado informando a posição do navio para evitar riscos à navegação na área.