Segundo a Maersk, a intenção da companhia é oferecer opções de logística verde em toda a cadeia de suprimentos até 2030 (Crédito: Divulgação/Maersk)
Cabotagem
Navios da Maersk vão adotar nova tecnologia para reduzir emissões
Grupo tem investido em soluções para reduzir emissões de gás carbônico
A empresa dinamarquesa de logística integrada Maersk informou que a partir deste mês quatro navios da classe Explorers, da Aliança, que realizam as operações de cabotagem no Brasil, vão receber uma nova tecnologia para reduzir a emissão de gás carbônico (CO2) durante as operações.
O método consiste na instalação de equipamentos elétricos que conectam o navio a uma fonte de energia no porto em que estiver atracado, o que vai possibilitar o desligamento dos motores à combustão durante o tempo em que a embarcação se mantiver acostada.
Carlos Rocha, estor da Frota de Navios da Aliança, explicou que os geradores das embarcações fornecem energia para os equipamentos, por isso os motores permanecem ligados durante todo o tempo. “Com este novo sistema será possível desligar os motores, plugando o navio na energia de terra e com isso eliminando a emissão de CO2 pelos navios durante a operação nos portos”, detalhou Rocha.
Porém, o gestor destacou que ainda não existe nenhum terminal no Brasil que forneça essa facilidade, mas a Maersk entende que isso acontecerá em breve e por isso já está investindo na tecnologia.
A mudança é mais uma ferramenta que a companhia está utilizando para cumprir as metas do Science Based Targets (SBTI), que faz parte do Pacto Global das Nações Unidas. Entre elas, está limitar o aquecimento global a 1,5°C até 2040.
NO BRASIL
Segundo a Maersk, a intenção da companhia é oferecer opções de logística verde em toda a cadeia de suprimentos até 2030, e no Brasil já está em andamento a implantação de diferentes iniciativas de transição energética, visando a redução da emissão de CO2 na atmosfera.
“Como fornecedor global de serviços logísticos de ponta a ponta em todos os modos de transporte, é nosso objetivo estratégico estender nossa ambição de zerar a emissão de CO2 para todo o negócio. A ciência é clara, devemos agir agora para obter progressos significativos nesta década”, afirmou Soren Skou, CEO da A.P. Moller – Maersk.
No Brasil, a Aliança, em parceria com o Instituto GEOMAR-Kiel e Depto. de Oceonagrafia da UERJ, participará do projeto de pesquisa que monitora a absorção do CO2 pelos oceanos.
Por isso, no ano passado, o navio Vincente Pinzon foi aparelhado para medição autônoma de dados oceanográficos, em tempo real, incluindo a absorção do CO2 no Atlântico Sul ao longo da costa brasileira.
Outra meta, informou a companhia, é implantar equipamentos elétricos em todos os seus terminais do país. O Terminal de Pecém (CE), por exemplo, investiu recentemente R$150 milhões na compra de novos equipamentos, entre eles, três RTGs, guindastes de operação de contêineres no pátio. Os modelos de última geração serão os primeiros desse tipo a operar em Pecém. Eles são eletrificados e não utilizam óleo diesel, tornando a operação mais limpa.
Em Suape (PE), a APM Terminals planeja investir até R$ 2,6 bilhões em seu novo terminal de contêineres e iniciar as operações com capacidade inicial de 400 mil TEU, comprometida com as metas estabelecidas pelo SBTI.
“Por isso, o projeto contemplará as diretrizes e compromissos ambientais, inclusive com equipamentos elétricos” afirmou Leonardo Levy, diretor de Expansão da APM Terminals no Brasil.
Também estão em andamento a construção das duas primeiras barcaças oceânicas para transporte de contêineres do Brasil, que permitem o transporte simultâneo de um volume maior de carga em relação a outras embarcações e transporte terrestre. Os motores principais estão sendo equipados para, no futuro, poderem ser abastecidos com combustíveis verdes, como metanol e etanol.