Segundo o Porto de Manaus, responsável pela medição do nível de água do Rio Negro, neste ano as águas começaram a baixar na capital amazonense no dia 17 de junhoCrédito: Divulgação
Região Norte
Nível de água do Rio Negro para de descer pela primeira vez em 131 dias
Medição é realizada no Porto de Manaus; Serviço Geológico Brasileiro analisa se os dados indicam o fim da seca
O nível de água do Rio Negro, no Amazonas, parou de descer pela primeira vez em 131 dias. O dado foi registrado pelo Porto de Manaus entre esta quinta-feira (26) e sexta-feira (27), e mostrou que o rio se manteve em 12,70 metros, a menor medição em 121 anos, mas estabilizada.
A interrupção da sequência de quedas pode caracterizar o fim da vazante histórica do Rio Negro em 2023, já que de acordo com a medição realizada pelo complexo portuário, as quedas já vinham sendo menores nos últimos dias. Agora, o Serviço Geológico Brasileiro (SGB) está analisando os dados para garantir se, de fato, o cenário indica o início do fim da seca em Manaus.
A baixa do nível dos rios é esperada e acontece todos os anos entre o fim de outubro e o início de novembro, mas em 2023 a seca foi histórica, paralisou a movimentação de cargas e pessoas em diversos pontos da região e colocou 60 municípios em estado de emergência, afetando mais de 600 mil pessoas, além da produção da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Segundo o Porto de Manaus, responsável pela medição do nível de água do Rio Negro, neste ano as águas começaram a baixar na capital no dia 17 de junho e foram 131 dias seguidos de descida.
Nesse período, o Rio Negro atingiu a pior seca em 121 anos, batendo recorde no último dia 22, quando pela primeira vez na história da medição, a cota ficou abaixo dos 13 metros. Para efeito de comparação, quando está cheio e preenchendo a orla portuária, o Rio Negro chega a atingir entre 27 metros e 29 metros.
No início desta semana, o Serviço Geológico Brasileiro confirmou que a seca já encerrou no Rio Solimões, na altura do Peru e Tabatinga, cidade do Amazonas que faz fronteira com o país vizinho. Como o nível do Rio Negro depende dos volume de água do Solimões naquela região, chamada pelos pesquisadores do SGB de “cabeceiras”, a tendência é que o nível do rio comece a subir nas próximas semanas.