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Os debatedores participaram do painel “Transição energética, energias renováveis e caminhos para um futuro sustentável” do Nordeste ExportCrédito: Divulgação/Brasil Export

Região Nordeste

Nordeste aposta em hidrogênio e transição energética para impulsionar desenvolvimento

Atualizado em: 21 de junho de 2023 às 9:53
Cássio Lyra Enviar e-mail para o Autor

Projetos, estudos e análise do futuro foram debatidos em painel do Nordeste Export

Os representantes dos complexos portuários de Suape, em Pernambuco, e de Pecém, no Ceará, analisaram o papel dos terminais dentro da transição energética e a produção de hidrogênio verde, assuntos considerados vitais para o desenvolvimento da economia da região Nordeste e do Brasil. O tema foi debatido, ontem (20),  no segundo painel técnico do Nordeste Export – Fórum Regional de Logística, Infraestrutura e Transportes, que ocorreu em João Pessoa, capital da Paraíba.

Carlos Cavalcanti, diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Complexo Industrial Portuário de Suape (PE), afirmou que o porto vem realizando uma importante tarefa que diz respeito à sua preparação para o futuro.

“A nossa opção atual é investir fortemente em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Nosso projeto prioritário tem sido montar estrutura de um laboratório para transição energética, ou seja, como que a gente pode fazer uma atração de investidores para produção em pequena escala e a gente possa fazer o engajamento das empresas que estão inseridas no complexo de Suape. Atualmente nós temos cerca de 82 que estão instaladas. E o mercado cativo parece ser muito interessante do ponto de vista de se produzir e consumir localmente, porque tem a questão de infraestrutura que é um desafio”, comentou.

Para Cavalcanti, a jornada que envolve a transição energética será longa e apresenta desafios para o setor. “(As iniciativas) Apontam para nova economia, de baixo carbono, que estabelece padrão de emissão de gases de efeito estufa e captura. Como vai equalizar esse processo numa transição que vai precisar dos fósseis, vamos ter que ter muita eficiência nessa transição com a utilização do combustível fóssil, mas também precisamos acelerar o processo de ampliação das energias renováveis, que nos dá uma condição no Nordeste brasileiro de sermos bastante competitivos. Já somos bastante competitivos. O Brasil tem uma situação em que é favorável para o desenvolvimento das energias renováveis e também precisamos colocar como obrigação a questão do uso do consumo dos produtos recicláveis”, afirmou.

Pecém possui um acordo comercial com o Governo do Ceará e o Porto de Roterdã, nos Países Baixos, que é considerado o maior hub de energia na Europa e está se tornando o maior hub de hidrogênio verde em todo o mundo.

“Trata-se do maior porto europeu, por muito tempo o maior do globo, e hoje é nosso parceiro super importante na nossa transição energética. Através de Roterdã você vai ter toda uma ligação através de dutos que abastecem hidrogênio da Alemanha, Bélgica e demais países europeus. Temos uma área de 19 mil hectares, dessa área temos a ZPE, com 6 mil. E o porto com profundidade natural de 15m. Temos todo um ambiente propício, além da abundância de energias renováveis, de ser um player global na cadeia produtiva de hidrogênio verde”, comentou André Magalhães, diretor Comercial do Complexo Industrial de Pecém, no Ceará.

O representante de Pecém destacou que o porto está com 30 memorandos de entendimento assinados, sendo que três deles estão em pré-contrato para produtores de hidrogênio verde se instalarem no Estado.

“A partir de 2026 a produção deve começar, estamos criando todo esse ambiente para começar a produzir, tancagem compartilhada e dutos O Porto fica responsável pela infraestrutura, preparar toda a área”, disse Magalhães.

Parcerias

No mês de março, durante visita ao Reino Unido, os portos de Suape, Pecém, Rio Grande (RS) e do Açu (RJ) tiveram apoio do governo inglês para projetos de incentivo à pesquisa e à produção de hidrogênio verde.

“Conversamos bastante com o Instituto Senai, sobre como estabelecer um grande cluster de inovação para essa transição energética considerando os quatro portos, e as expertises de cada porto é  uma condição de especialização, onde Suape precisa se especializar para pensar numa integração com outros portos e vice-versa. Demos alguns passos, precisa ter mais consistência”, explicou Cavalcanti.

O painel “Transição energética, energias renováveis e caminhos para um futuro sustentável” teve a participação de Jaime Calado, secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, e João Guilherme Mattos, diretor-executivo da OnCorp. A mediação ficou com o jornalista Leopoldo Figueiredo, diretor de Redação do BE News.

 

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TAGS Carlos Cavalcanti complexos portuários de Suape hidrogênio e transição energética hidrogênio verde