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O presidente do IBL, Ricardo Molitzas, ressaltou que a deficiência na infraestrutura não se limita ao Nordeste, sendo um desafio nacional que requer recursos significativos (Foto: Divulgação/Grupo Brasil Export)

Nordeste Export

Nordeste precisa de um corredor eficiente para exportações, diz presidente do IBL

Atualizado em: 29 de junho de 2024 às 2:53
Yousefe Sipp Enviar e-mail para o Autor

Para Ricardo Molitzas, gargalos de acesso na região têm prejudicado o setor portuário, principalmente no crescimento do comércio exterior

O impacto da falta de uma integração eficiente com o modal ferroviário no desenvolvimento dos portos na região Nordeste do Brasil foi o tema do último painel do Nordeste Export, realizado nos dias 20 e 21 de junho em Fortaleza, Ceará. O evento, organizado pelo Grupo Brasil Export, destacou os principais desafios e oportunidades enfrentados pelo setor de logística e infraestrutura.

Para Ricardo Molitzas, presidente do Instituto Brasileiro de Logística (IBL), os gargalos de acesso têm prejudicado o setor portuário, especialmente no crescimento do comércio exterior. “O desenvolvimento do Nordeste para as exportações só vai acontecer se houver um corredor logístico eficiente, que gere competitividade tanto no escoamento das exportações quanto na chegada dos insumos, permitindo uma produção maior”, afirmou.

Molitzas ressaltou que a deficiência na infraestrutura não se limita ao Nordeste, sendo um desafio nacional que requer recursos significativos, com a necessidade de revisões na legislação brasileira para garantir segurança jurídica e facilitar financiamentos para atrair investimentos privados. “Atualmente, os processos de aprovação para concessões pode levar de 2 a 3 anos, o que dificulta tanto grandes quanto pequenos projetos”, detalhou.

Lucas Asfor, diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), disse que a expansão da malha ferroviária no Nordeste é essencial para a atividade portuária, e a conclusão da Transnordestina, um projeto emblemático para o setor, enfrenta obstáculos como captação de recursos, questões ambientais e desapropriações, mas promete ser um catalisador do desenvolvimento socioeconômico regional quando finalizado.

Alex Trevizan, diretor da Transnordestina SA, anunciou que pretende conectar a ferrovia até o Porto do Pecém até 2027, mas enfatizou a necessidade de melhorias até nos acessos rodoviários para integrar a ferrovia aos estados nordestinos, como a BR-020 na Bahia. “A falta de infraestrutura rodoviária adequada tem sido um entrave para o pleno aproveitamento da capacidade da região”, explicou Trevizan.

O vice-presidente de Operações do Complexo Portuário do Pecém, Fábio Grandchamp, destacou que uma conexão eficiente entre portos e ferrovias é essencial para ampliar a área de influência dos negócios. “A boa logística não é apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade para inclusão de novos mercados”, ressaltou Grandchamp.

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