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A empresa Norsul já opera no setor de cabotagem há 60 anos, mas até então com o transporte de granel. Agora, a nova divisão vai focar na movimentação de contêineresCrédito: Divulgação

Região Nordeste

Norte e Nordeste contarão com nova empresa de cabotagem a partir de 2024

Atualizado em: 11 de novembro de 2023 às 12:13
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Norcoast fará o transporte pela costa brasileira, passando por cinco portos do país

A partir do ano que vem, as regiões Norte e Nordeste do país vão contar com uma nova empresa de cabotagem de contêiner: a Norcoast. A nova companhia é uma joint venture entre a alemã Hapag Lloyd e a brasileira Norsul, e além de inserir na rota os portos de Manaus (AM), Pecém (CE) e Suape (PE), terá paradas em Santos (SP) e Paranaguá (PR).

A Norsul já opera com cabotagem há 60 anos, mas até então com o transporte de granel. Agora, a nova divisão vai focar na movimentação de contêineres e deverá operar inicialmente com quatro embarcações da Hapag-Lloyd, de 3.500 TEU (medida equivalente a contêineres de 20 pés).

O CEO da Norcoast, Gustavo Paschoa, explicou que o negócio surgiu ao observar oportunidades no segmento, que nos últimos 15 anos, tem crescido 11% ao ano. Paschoa também ressaltou que o mercado de cabotagem nacional, há 20 anos, não registrava a entrada de uma empresa nova, gerando uma demanda reprimida que poderá ser atendida.

Outro estímulo para a Norcoast é o processo de descarbonização global, que traz em suas metas um equilíbrio maior de transporte entre os modais – no Brasil, o modal rodoviário ainda é responsável por 80% de tudo que é transportado, o que mantém altas as taxas de emissões de carbono na atmosfera – e apenas 13% do transporte usa cabotagem, que emite menos CO2. Com a tendência de um mercado mais sustentável, a cabotagem deve seguir crescendo, cita o CEO.

A regularidade também é um desafio no segmento, por isso a companhia vai operar com quatro embarcações irmãs e periodicidade semanal: por serem similares em capacidade, os navios não geram variação na oferta, o que permite um planejamento preciso do transporte.

E para atrair clientes, concorrendo com os caminhões, a empresa quer mostrar que, com planejamento, o custo do transporte será inferior ao rodoviário, com ganho de cerca de 50% no tempo de entrega da mercadoria, abrangendo uma distância de até 400 km a partir dos portos onde atuará.

Logística integrada

A empresa é habilitada para fazer transporte multimodal e vai operar com logística integrada, mas como não tem caminhões, firmou contratos com transportadoras locais e ferrovias, inclusive a Norcoast está negociando com a Transnordestina para transitar carga por Pecém.

Pelo mar, os portos do Ceará e de Pernambuco são estratégicos para a operação. “Esses portos serão portas de entrada para o fluxo que vamos estabelecer no país e têm conexão com rotas internacionais. Vamos poder escoar para exportação, via cabotagem, com transbordo em Suape e Pecém. Tanto de Norte a Sul, como no sentido inverso até Manaus (AM)”, explicou Paschoa.

Para iniciar no ano que vem, duas embarcações da Hapag-Lloyd estão sendo realocadas das operações de trade do Chile e da África do Sul com o Brasil. As bandeiras serão trocadas e a mão de obra será 100% brasileira.

A empresa espera que os trâmites junto ao Tribunal Marítimo e à Capitania dos Portos sejam concluídos até fevereiro de 2024, com a operação iniciando em seguida, a partir do Porto de Santos.

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