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As turbinas eólicas do parque vão ocupar 463 km2 e o Governo de Portugal entende que a atividade pode coexistir com a pescaCrédito: Divulgação

Portugal

Novo parque eólico offshore de Leixões preocupa municípios

Atualizado em: 12 de junho de 2023 às 9:52
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Empreendimento terá área equivalente a 11 cidades do Porto e pescadores temem impacto na atividade

A construção do novo parque eólico offshore de Leixões, em Portugal, preocupa os municípios mais próximos à região, que temem ser afetados negativamente pelo empreendimento.

Entre os temores, está a possibilidade da redução da área de pesca, que será um dos temas discutidos nas próximas reuniões públicas sobre o projeto.

A Câmara do Porto também demonstra preocupação sobre o impacto da atividade na vida dos moradores da região.

O novo parque eólico de Leixões terá o equivalente ao tamanho de 11 cidades do Porto e deve ser construído a 30 quilômetros da costa marítima de quatro cidades: Vila Nova de Gaia, Póvoa de Varzim, Matosinhos e Vila do Conde.

No entanto, as prefeituras ainda têm dúvidas sobre o projeto e vão se reunir com associações de pescadores para discutir, entre outras questões, a possibilidade do equipamento diminuir a zona de pesca. Já o Governo Federal afirma que é possível que as duas atividades coexistam. As turbinas eólicas do parque vão ocupar 463 km2.

Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, explicou que o município está a “estudar a proposta, tendo já manifestado sérias preocupações com o projeto”.

Além disso, a Câmara do Porto, durante a fase de consulta pública, emitiu um parecer negativo sobre a construção dos equipamentos eólicos devido ao impacto paisagístico que terá no Conjunto Classificado de Interesse Público da Foz Velha.

O município acrescentou ainda que as vibrações e o ruído da nova atividade poderão causar “perturbação para os moradores”, dada a curta distância da frente urbana.

O presidente da Associação de Pescadores Ribeirinha de Viana do Castelo, António Coimbra, disse que os trabalhadores nunca foram ouvidos e que, quando tiveram conhecimento dos leilões que envolvem o projeto, as zonas marítimas já estavam definidas.

“Estamos dependentes de pessoas que têm um poder muito grande e, comparados com as grandes companhias, somos muito pequenos”, disse o pescador.

O Governo de Portugal anunciou a meta de atingir 10 gigawatts (GW) de potência instalada na costa portuguesa até 2030 e garante que o primeiro leilão do parque será realizado ainda neste ano, com atribuição de quatro lotes de 500 megawatts.

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