Estilo BE
O homem certo no lugar certo
O jornalista Eduardo Silva é o novo diretor de Redação do Jornal da Orla, que integra o Grupo Brasil Export e terá edições diárias e impressas nos finais de semana, a partir do dia 25 de janeiro. Experiência e talento ele tem de sobra para enfrentar os desafios e comandar a equipe à frente da nova fase do veículo.
Eduardo atuou em todas as emissoras de rádio de Santos, na Rádio Gazeta de São Paulo e na Rádio e TV Record de São Paulo, onde esteve ao lado do locutor esportivo Osmar Santos, o Pai da matéria. Nas últimas três décadas ficou na TV Tribuna (afiliada da Rede Globo na região) e foi diretor de Jornalismo.
Apaixonado pela profissão, é um jornalista muito querido principalmente pela seriedade, conhecimento e profissionalismo. Como chefe, uma pessoa elogiada por todos que trabalham com ele. Não gosta de aparecer, evita entrevista e fotos, mas preenche os espaços com sua presença tranquila, amiga e acolhedora.
Gosta de Carnaval desde pequeno, quando assistia pela TV os desfiles ao lado da avó portelense. Hoje garante que é menos festeiro e seu hobby é caminhar diariamente na praia. Ler biografias e bons filmes estão entre os programas preferidos, mas a prioridade mesmo é a família: a mulher Vanessa Faro, também jornalista, e a filha Bruna.
Confira a entrevista:
Nessa altura do campeonato, é bom ter um novo desafio?
É muito bom, eu não pensava mais em fazer jornalismo diário. Depois do livro que eu fiz recentemente “130 anos em Fatos e Fotos – Santos Futebol Clube”, tinha ideia de me dedicar a vários projetos culturais que eu escrevi a documentários. Era o meu ideal, agora acho que será uma próxima etapa da minha vida. Quando estava amadurecendo o convite, surgiram outras sondagens para televisão, que não deram certo, e agora para ser o editor chefe do Jornal da Orla, que foi a melhor proposta como desafio, formar equipe, trabalhar com pessoas queridas. Tudo motivou bastante para voltar à ativa no jornalismo, a grande paixão.
O que é o jornalismo para você?
Parece um clichê, mas é a minha vida. Desde os 15 anos de idade eu sonhava trabalhar em rádio, depois de um amigo da escola, o engenheiro Marcelo Paixão, me chamar para ouvir o Osmar Santos na Jovem Pan. Era 1972 e aquilo mexeu comigo, passei a ouvir rádio todos os dias. A princípio só queria ser jornalista de rádio. Quando eu percebi que as rádios estavam perdendo força achei que era hora de fazer jornal também. Tentei quatro vezes fazer a faculdade de Jornalismo, mas não gostava daquele modelo de faculdade e desistia. Aos 25 anos entrei para valer.
Além de Osmar Santos, quem mais influenciou?
Eu lembro do Ari Fortes, achava o máximo. Um dia quando ele me chamou pelo nome eu senti que seria mesmo jornalista, se até ele me conhecia pelo nome. A convivência com ele foi sensacional, tinha muita paciência para aprender. Depois fui convivendo com outros jornalistas que faziam esporte, que me ajudaram e ensinaram muito. Algumas manchetes daquela fase eu ainda lembro até hoje. Fui guardando esse encanto com o jornalismo, mesmo achando que era distante para mim, que eu era do rádio.
Como começou no rádio?
Comecei na Rádio Cacique de Santos, fazendo rádio escuta ouvindo notícias para passar ao locutor. Sonhava que ele faltasse, mas no dia em que ele faltou eu também não fui. Troquei o cachê pequeno da Rádio Cacique para um cachê zero na Rádio Clube, mas lá eu podia falar. E fui crescendo no rádio. Quando fui para A Tribuna fazer rádio também escrevia para os jornais. Eu resistia e tinha medo, mas todos me incentivaram muito.
E quando foi o auge no rádio?
Eu trabalhava na Record e Gazeta e a primeira contratou o Osmar Santos que era da Globo e trabalhava na Excelsior. Dei sorte de trabalhar com ele e no programa de tevê domingo à noite ele me punha ao lado de dois jornalistas mais antigos. De 88 a 91 tive a sorte de trabalhar com meu ídolo. Nunca falei para ele o quanto o admirava. Eu tinha dois empregos em Santos e São Paulo. Em setembro de 1991 fui para a TV Tribuna, onde fiquei 32 anos e tenho amigos para a vida inteira. Mas a paixão continua sendo rádio, escuto todas as noites emissoras de todo país pelo celular. A TV me deu segurança financeira, mas meu grande sonho é montar uma rádio esportiva. O rádio é muito marcante na vida das pessoas.
Todos gostam muito de você. O que facilitou esse lado acolhedor?
Sempre gostei de gente, de conversar, diziam que eu era paternalista, mas não sabia ser diferente e nem vou mudar a essa altura. Sempre tive paciência de ensinar, gostava de conviver com os jovens. Na hora de colocar o jornal do ar eu costumava ficar mais calmo do que todo mundo.
O que a maturidade trouxe?
Paciência, paz, aproveitar mais a família, o trabalho. Já estou preparado para plantões, escalas desse novo esquema de jornal.
O que as pessoas podem esperar do Jornal da Orla?
Um jornal de leitura para o final de semana, para você se sentar, ler com calma e curtir um jornal diferente, com histórias de pessoas que estão esperando para serem contadas. Estou ansioso pela estreia, mas a expectativa é ótima. Muitas pessoas já estão nos procurando para dar ideias, antes de ser lançada a nova versão do Jornal da Orla já está sendo aguardada com expectativa.