Enquanto as obras do Brasil ainda não começaram, o Paraguai terminou 2022 com 13% das obras da ponte concluídas.
Rodovias
Obra da ponte da Rota Bioceânica tem 13% do cronograma concluído
Trabalhos de responsabilidade do Paraguai seguem em andamento, enquanto lado Brasil deve começar ainda neste mês
A obra da ponte que ligará a cidade paraguaia de Carmelo Peralta a Porto Murtinho (MS) encerrou o ano de 2022 com 13% do cronograma concluído, segundo informações divulgadas pelo Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai.
Os trabalhos do lado brasileiro devem começar ainda neste mês, com previsão de serem concluídos em dezembro de 2024, de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul (Semadesc).
A ponte que conecta as duas cidades é considerada crucial para a Rota Bioceânica, projeto que prevê um corredor rodoviário com extensão de 2.396 quilômetros ligando os oceanos Atlântico e Pacífico, partindo do Brasil em direção aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando por Paraguai e Argentina.
O governo de Mato Grosso do Sul estima que o novo trajeto rodoviário transformará Porto Murtinho no centro econômico da Rota Bioceânica e do Estado em um hub logístico da América Latina. O caminho encurtará em 8 mil km a distância percorrida pelos produtos brasileiros que são exportados ao mercado asiático. Atualmente, a ligação entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta ocorre somente por meio de balsas.
A obra é financiada pela usina Itaipu Binacional, num investimento de 616,8 bilhões de guaranis, moeda paraguaia que na conversão atual para reais soma cerca de R$ 458 milhões. A ponte terá uma extensão total de aproximadamente 1.293 metros, dividida em três trechos: dois constituirão os viadutos de acesso nas duas margens do rio Paraguai; e a zona central que compreende a parte estaiada, sobreposta ao rio, medirá 625 metros de extensão.
No Paraguai, cerca de 180 trabalhadores estão envolvidos diretamente na obra e, para garantir a celeridade do processo, algumas equipes fazem horas extras, explicou o Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai.
Do lado brasileiro, estão sendo feitos os preparativos para a execução das estacas, cujo início está previsto para a primeira quinzena de janeiro. A central dosadora de concreto já está montada, juntamente com os armazéns de apoio. A travessia do material para a margem brasileira do rio foi feita sobre jangadas.
Ajustes no cronograma
Com o avanço das obras no lado paraguaio, o secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, prevê a necessidade de realizar ajustes no cronograma de obras no Brasil, para que o término da ponte coincida com o término da pavimentação do acesso de 13 km que vai interligar a estrutura à rodovia BR-267.
Junto ao governador Eduardo Riedel, o secretário deve iniciar discussões para que o setor empresarial tenha maior envolvimento nessas questões.
“Vamos criar, junto às federações da Indústria e da Agricultura, alguns comitês entre os países para que a gente consiga estruturar os negócios ao longo da Rota Bioceânica”, explica.
Também estão na pauta da pasta avanços nas tratativas alfandegárias, unificando o processo burocrático dos quatro países integrantes da Rota Bioceânica (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile) e abertura de mais mercados na Ásia.
“É fundamental que a gente continue nesse processo das alfândegas únicas, pois consideramos primordial essa ação de estabelecermos que a rota seja uma rota alfandegada para que a gente não perca todo ganho de competitividade que teremos em relação a custo e tempo de viagem”, conclui Verruck.