quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
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Opinião

Editorial

A estratégia de Suape

A contínua modernização do Porto de Suape, em Pernambuco, demonstra, por parte de seus gestores, uma clara visão de futuro e um compromisso inegociável com a segurança e eficiência operacional. As obras no molhe de pedras, essenciais para a proteção dos berços de atracação, representam um passo decisivo nessa direção. A serem iniciadas em julho, estas intervenções integram um pacote maior de melhorias estruturais, orçado em mais de R$ 611 milhões, que visa garantir a robustez e a adaptabilidade do complexo portuário frente aos desafios contemporâneos e futuros.

O molhe de pedras, com suas fases anteriores já concluídas, entra agora na etapa final de restauração e reforço, com um investimento de R$ 123 milhões. Este aporte é fundamental para fortalecer a barreira de proteção contra a força das marés e as correntes marítimas, elementos que podem comprometer as operações portuárias. A restauração do trecho de 1,6 quilômetro, finalizada recentemente com um custo de R$ 68,1 milhões, envolveu a utilização de blocos de pedras de até 12 toneladas, demonstrando a escala e a seriedade das intervenções necessárias.

A importância dessas obras transcende a simples manutenção. As mudanças climáticas impõem um novo conjunto de desafios que não podem ser ignorados. Fenômenos como a intensificação das ressacas e o aumento do nível do mar exigem que os portos estejam preparados para enfrentar condições ambientais cada vez mais adversas. O diretor-presidente de Suape, Marcio Guiot, destacou a relevância dessas intervenções, não só para o funcionamento das atividades portuárias, mas também para preparar o complexo para os impactos das mudanças climáticas.

Paralelamente às obras no molhe, a dragagem do canal externo do porto, agora com uma profundidade de 20 metros, representa um salto em eficiência operacional. A homologação da profundidade pela Marinha e o balizamento do canal permitirão que Suape receba embarcações de grande porte, como os petroleiros Suezmax, ampliando significativamente sua capacidade de movimentação de carga. Em 2023, o complexo já se destacou como o sexto maior atracadouro público em movimentação de carga no Brasil, com 23.982.451 toneladas movimentadas.

Investir em infraestrutura portuária não é apenas uma questão de aumentar a capacidade operacional. É, sobretudo, uma questão de segurança e de adaptação às novas realidades climáticas. Projetos como os de Suape colocam o Brasil no caminho certo da modernização portuária, preparando o País para um futuro onde a resiliência e a sustentabilidade serão diferenciais competitivos essenciais. A visão de longo prazo e a execução competente desses empreendimentos são fundamentais para garantir que os portos brasileiros continuem a desempenhar um papel vital no comércio global, impulsionando o desenvolvimento econômico e a prosperidade nacional.

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