A faca sobre o sonho de um grande país
O que setores da infraestrutura temiam, aconteceu. O contingenciamento e bloqueios orçamentários de R$ 15 bilhões no orçamento, publicados em edição especial do Diário Oficial da União, não pouparam o futuro do Brasil. Mais uma vez projetos estruturantes terão que ser revistos e mais uma vez frustra-se a esperança de uma nação que faça jus à dimensão de seu território, do potencial produtivo especialmente no setor agropecuário e da esperança de um novo país.
O Ministério dos Transportes foi pela segunda vez neste ano vítima da faca que, ao se tentar equilibrar as contas, procrastina alguns projetos essenciais do tão celebrado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), idealizado para consumir o montante de R$ 1,5 trilhão. Mas não só Transportes. A pasta de Portos e Aeroportos, em valores menores, também terá que rever alguns projetos.
Os cortes amplamente divulgados ontem significaram o represamento de R$ 4,05 bilhões do PAC, um programa que inclui ampliação da malha ferroviária, como a Norte-Sul e a Transnordestina, além de 14 aeroportos e a modelagem de projetos hidroviários nos rios Madeira, Paraguai, Tocantins e na Lagoa Mirim, como também 33 projetos rodoviários.
Ao comentar os cortes, a ministra do Orçamento e Planejamento, Simone Tebet, disse que o contingenciamento só se aplicará a projetos ainda não iniciados, como muitos acima citados. E caberá a cada pasta definir internamento as novas prioridades.
Esse é um filme que o país já assistiu, como na gestão Dilma Roussef, que capitaneava audacioso precursor do atual PAC. Parece ser a sina brasileira, frustrar o sonho de uma nação pujante, digna do primeiro mundo neste terceiro milênio, seguindo a esteira de outras nações que deram uma virada em sua história e em poucas décadas provocaram a admiração do mundo por sua economia forte, como a China e a Coréia do Sul. E o caminho foi ousar na implantação de moderna e potente infraestrutura, sem a qual um sonho nacional não se realiza, não obstante tanto potencial de produção.
A infraestrutura é efetivamente o caminho do sucesso econômico. Assim como a Educação é o caminho para cidadãos melhores, e lamentavelmente essa também é uma das áreas que a faca orçamentária decepou.